Um paciente infectado pelo novo coronavírus, e internado no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), no Distrito Federal, usou a câmera do celular para pedir socorro. Em um vídeo, Fábio Gomes, de 38 anos, relata o medo de não conseguir uma UTI no hospital público, que está superlotado.
“Eu tenho dois filhos pra criar, estou sentindo dor. Falta de ar. Eu tenho medo de ser entubado”, diz, ofegante, com uma máscara de oxigênio.
A gravação ocorreu no sábado (13). No domingo (14), a família conseguiu uma liminar na Justiça que exige uma vaga na UTI, mas, na noite desta segunda-feira (15), ele ainda estava à espera do leito.
Segundo o GDF, há mais de 200 pessoas aguardando leitos de UTI na rede pública do DF. Brigadista, Fábio respira com a ajuda de uma máscara de oxigênio.
O hospital onde está internado fica na região que lidera o número de casos e mortes da Covid-19 no Distrito Federal. Em inspeção realizada na unidade, na última semana, foi relatada a falta de materiais e de médicos suficientes para atender a demanda.
“Eu não estou conseguindo mais ficar nessa situação”, diz o paciente que pediu socorro.
A esposa de Fábio, Janaína Gomes, afirma que o marido está "em estado grave". De acordo com a decisão judicial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF), que garante um leito para o brigadista, caso não haja vaga de UTI na rede pública, a Secretaria de Saúde deve providenciar uma vaga na rede particular e pagar o tratamento. Caso contrário, o GDF vai responder criminalmente por desobediência.
Janaína Gomes conta que a família tem esperança. "A gente está na esperança de que apareça logo um leito de UTI pra ele porque ele está precisando muito", diz ela.