De acordo com um estudo preliminar publicado na última sexta-feira (25), a vacina contra o novo coronavírus criada pela Johnson & Johnson apresentou 98% de eficácia na aplicação em adultos. Disponível no site científico MedRxiv, o documento de 28 páginas reúne dados sobre as fases 1 e 2 dos testes e afirma que a solução apresentou forte resposta imunológica ao vírus.
Os dados disponíveis na publicação mostram que, 29 dias após a vacinação, 98% dos participantes produziram anticorpos que neutralizaram a Covid-19. São esses anticorpos que defendem as células do corpo de organismos patógenos, denominação usada para identificar estruturas que causam as doenças.
Segundo o estudo, a vacina também foi considerada segura, pois, foram identificados poucos casos de reações adversas. No caso das leves e moderadas, os voluntários apresentaram dor no local da aplicação, fadiga, dor de cabeça e dor muscular. De modo padrão, essas reações duravam apenas um ou dois dias.
Apenas dois casos adversos graves foram identificados: hipotensão (baixa pressão arterial) e febre. No entanto, segundo os pesquisadores, o episódio de hipotensão não estava associado à vacina. Já o voluntário com febre foi internado com suspeita de ter adquirido a doença, mas se recuperou em 12 horas.
A Ad26.COV2.S, como foi nomeada cientificamente, está sendo devolvida pela Janssen, uma farmacêutica subsidiária da Johnson & Johnson, nos Estados Unidos, e é considerada um dos imunizantes mais promissores, pois é o único que está sendo testado em dose única.
Fase 3 iniciada
Esses resultados permitiram que a vacina avançasse para a fase 3, iniciada na última quarta-feira (23). Nesta última etapa de estudos clínicos, o imunizante é testado em um número maior de pessoas para demonstrar sua eficácia.
Caso aprovada, a vacina recebe registro sanitário para posterior disponibilização à população. Esta fase terá a participação de 60 mil voluntários, maiores de 18 anos, de oito países diferentes. A farmacêutica estima que a conclusão dos testes leve até oito semanas.
Segundo a empresa, o objetivo maior do estudo é promover uma vacina que tenha, no mínimo, 60% de eficácia na prevenção da Covid-19. A empresa quer produzir até 1 bilhão de doses em 2021, a preço de custo.