Grávidas que tenham comorbidades como diabetes mellitus, obesidade ou hipertensão arterial sistêmica podem tomar a vacina contra a Covid-19. A recomendação da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) é de que sejam seguidas as orientações do Ministério da Saúde para que a vacina seja aplicada, mesmo que ainda não tenha sido testada em gestantes. As organizações de saúde defendem que o Sars-Cov-2 é um risco maior às gravidas e aos bebês e o objetivo é evitar complicações.
“A urgência em se posicionar sobre essa população, mesmo com ausência de evidências, decorre do maior risco de complicações que as gestantes e seus bebês apresentam quando infectadas pelo vírus”, afirmaram as instituições em nota.
O número de mortes de gestantes e de mães de recém-nascidos (puérperas) por Covid-19 mais do que dobrou em 2021 em relação à média semanal de 2020, segundo dados do Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 (OOBr Covid-19). Diante do aumento de casos, a nova portaria do Ministério da Saúde recomendou a vacinação para esse público.
Grupo de risco
As vacinas disponíveis ainda não foram testadas nesse grupo. “Entretanto, os estudos em animais não mostraram ter efeito teratogênico - que é capaz de produzir dano ao embrião ou feto durante a gravidez”, afirmou SBD e a SBEM. As organizações defendem que, no momento, o coronavírus é um risco maior às gestantes e aos bebês.
Além das gestantes com diabetes mellitus, a vacinação também é recomendada pelo Ministério da Saúde para mulheres grávidas com as seguintes doenças:
- hipertensão arterial crônica
- obesidade (IMC maior ou igual a 30)
- doença cardiovascular
- asma brônquica
- imunossuprimidas
- transplantadas
- doenças renais crônicas
- doenças autoimunes
Gestantes sem doenças prévias também podem se vacinar, mas o Ministério da Saúde recomenda que seja feito uma avaliação de risco e benefícios. Já para mulheres lactantes e puérperas sem comorbidades, a vacinação pode ocorrer desde que elas façam parte dos grupos prioritários.
As lactantes não devem interromper o aleitamento ao receber a vacina e podem doar leite mesmo vacinadas. Embora seja recomendado, a vacinação para gestantes não é obrigatória. “As mulheres que não aceitarem devem ter sua decisão respeitada'', afirmou a SBD e a SBEM em nota.