O governo da Venezuela anunciou nesta quinta-feira (24) a compra de 12 milhões de doses da vacina cubana contra a Covid-19. A Abdala, primeiro imunizante 100% latino-americano a chegar à fase de distribuição, tem eficácia de 92%, de acordo com a farmacêutica BioCubaFarma, mas ainda não foi aprovada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Ao lado do embaixador de Cuba, a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, acompanhou a chegada do primeiro lote ao aeroporto de Maiquetía. "Não é somente um desenvolvimento científico, aí está expressada a vontade do povo de Cuba de avançar, de nunca se deixar intimidar, de nunca se deixar submeter e derrotar pelos grosseiros bloqueios criminais", disse ela, referindo-se ao voto da ONU, nesta quarta-feira (23), que condenou o embargo americano imposto a Cuba há quase seis décadas. "Aqui está o triunfo de Cuba."
Neste mês, os Estados Unidos flexibilizaram sanções econômicas impostas pelo governo Trump à Venezuela desde janeiro de 2019 -quando o presidente Nicolás Maduro se reelegeu- para auxiliar o país no combate à pandemia. Joe Biden emitiu licenças autorizando a entrega de máscaras, respiradores, vacinas e tanques de oxigênio.
A Venezuela, que espera vacinar 70% de sua população até o fim do ano, aplica, desde fevereiro, a vacina russa Sputnik V e a da farmacêutica chinesa Sinopharm. A campanha de vacinação do país tem sido lenta -apenas aproximadamente 0,8% de sua população tomou as duas doses, de acordo com dados do Our World in Data. No dia 21 de junho, grupos que representam profissionais de saúde no país disseram que, mesmo com horário marcado, venezuelanos não conseguiram receber a segunda dose porque não havia mais imunizantes.
Oficialmente, o país de Maduro tem mais de 263 mil casos confirmados de Covid-19 e quase 3.000 mortos por causa da doença.