5 dados mostram que brasileiros ricos ostentaram ainda mais na pandemia - Mercado imobiliário de luxo cresce 81% em lançamentos

Recorde nas vendas da Porsche, fila para compra de helicópteros. Com viagens internacionais restritas, o andar de cima faz 'poupança forçada' e gasta em luxos no mercado nacional - Mercado imobiliário de luxo cresce 81% em lançamentos

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Mercado imobiliário de luxo cresce 81% em lançamentos

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As vendas de apartamentos de luxo e super luxo bateram recorde nos primeiros nove meses de 2021. São empreendimentos com três ou quatro suítes, metragens amplas acima dos 100 m², janelas e pés direitos generosos e grande número de vagas na garagem.

Em janeiro e setembro do ano passado, os lançamentos neste mercado chegaram a 7,6 mil unidades, alta de 81% em relação a igual período de 2020. No mercado imobiliário brasileiro em geral, os lançamentos cresceram 30% na mesma base de comparação.

Em vendas, o avanço do mercado de luxo e super luxo foi de 47% nos nove primeiros meses de 2021, com mais de 10 mil unidades comercializadas, superando R$ 15,4 bilhões em valor geral de vendas, segundo dados da Brain Inteligência Estratégica, consultoria especializada no mercado imobiliário.

Para Marcos Kahtalian, sócio fundador da Brain, um dos fatores que impulsionou as vendas no mercado imobiliário de alto padrão no período recente foi a taxa de juros em nível baixo — a Selic (a taxa básica, determinada pelo Banco Central) começou 2021 em 2%, menor percentual da história. "Isso injetou uma grande liquidez no mercado e atraiu recursos ao setor imobiliário, já que outros investimentos estavam com retornos muito baixos", diz Kahtalian.

"Outro fator, foi comportamental: em função da pandemia, houve uma busca intensa — para aquelas pessoas que tinham renda, evidentemente — por moradias maiores, mais amplas, mais confortáveis, tanto nas capitais, quanto fora delas. Houve um movimento em busca de espaço e qualidade", observa o consultor. São Paulo e Rio de Janeiro são os dois principais mercados para os empreendimentos de luxo, com destaque para bairros como Jardins, Vila Nova Conceição e Moema na capital paulista e Zona Sul e Barra da Tijuca na metrópole fluminense.

Nas cidades do interior, se destaca a busca por empreendimentos horizontais, como condomínios de lotes ou condomínios fechados de casas de alto padrão. Em 2022, a alta de juros pode desacelerar um pouco esse mercado, acredita Kahtalian. "Para o mercado de luxo, a alta de juros faz menos diferença do que para a classe média, mas faz alguma diferença", diz o consultor.

"Faz menos diferença porque normalmente o comprador não financia o imóvel, ou financia pouco. Mas faz alguma diferença porque há uma atratividade para o capital ser investido de outra forma", afirma, citando como exemplo os investimentos de renda fixa, como títulos públicos, que têm baixo risco e se tornam mais interessantes com a Selic próxima dos 10%.

Também esse ano, devido à forte alta recente dos preços no mercado imobiliário, a definição de luxo e super luxo deve ser revista, subindo para empreendimentos a partir de R$ 1,5 milhão e R$ 3 milhões, respectivamente.

"O mercado de luxo e super luxo é pouco representativo em unidades — cerca de 7% do total nos últimos nove meses. Mas é mais ou menos 33% do valor lançado e 40% do valor total vendido. Ou seja, é um mercado de menos volume, mas de muito valor", diz o sócio da Brain.

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