A cada seis meses uma pequena ilha localizada no continente Europeu, troca de nacionalidade e fica sob nova administração. A ilha dos Faisões, como é conhecida, não tem um dono fixo, e está localizada no meio do rio Bidasoa, que separa a Espanha da França, e foi palco de um acontecimento histórico que selou a paz entre as duas nações.
Ela pertence seis meses por ano aos espanhóis e outros seis meses aos franceses, em um acordo plurinacional que já dura mais de três séculos. É um registro histórico da rivalidade entre os dois países.
Nos tempos dos romanos, a ilha era conhecida como "Pausoa" — palavra basca que significa "passagem" ou "passo". Os franceses traduziram para "Paysans" (camponeses), que depois virou "Faisans" (faisões). Com o passar do tempo, o nome Ilha dos Faisões permaneceu.
O QUE HÁ NELA?
Nela existe apenas uma construção: um monumento que simboliza a importância histórica da ilha, onde se assinou, em 7 de novembro de 1659, o Tratado de Paz dos Pirineus, que pôs fim ao conflito iniciado entre os países durante a Guerra dos Trinta Anos. O trato foi selado, ainda, com um casamento entre a filha do rei espanhol Felipe IV, a infanta Maria Teresa de Áustria e o rei francês Luís XIV, conhecido como o Rei Sol.
Ao todo, foram realizadas 24 reuniões de cúpula, com escoltas militares de prontidão para o caso das conversações fracassarem. Apenas 11 anos mais tarde, foi celebrado o acordo de paz, chamado Tratado dos Pireneus.
SEM VISITANTES
O território, além de não ser habitado, não pode ser visitado, independentemente de estar a ser controlado por Espanha ou por França. A entrada é restrita a membros dos Comandos Navais de Donostia (Espanha) e Baiona (França) e a funcionários do governo municipal de Irún e Hendaye, que são responsáveis por cuidar da limpeza e da jardinagem da ilha.
Neste domingo (31), a França irá assumir a administração da ilha até o final do ano de 2022.