O mundo de Charles Manson foi surpreendido por um ser, no mínimo, fascinante: Bobby Beausoleil. Músico e estrela pornô nas horas vagas, Bobby Beausoleil ganhou destaque na mídia não só por ter cometido crimes em nome de Manson, mas também por ter assassinado o mesmo.
Embora não tenha sido responsável pelos assassinatos da atriz Sharon Tate, seus hóspedes e nem do rico casal de LaBianca, o criminoso, cujo nome pode ser traduzido para "belo sol", acabou condenado à prisão perpétua, mesmo antes da faceta mais violenta de Manson ter sido cometida.
Bobby Beausoleil nasceu em 1947, na Califórnia, em uma família católica francesa. Apesar de sua aparência angelical, Beausoleil gostava mesmo era de certas travessuras. Foi para a capital após terminar os estudos, na década de 1960. Em San Francisco, viveu especificamente no bairro Haight-Ashbury, com o cineasta alternativo Kenneth Anger. E foi por esse motivo que Beausoleil começou a trabalhar na indústria cinematográfica.
A produção mais estranha da qual participou foi o documentário Mondo Hollywood. Hoje, a obra até pode ser considerada um pouco banal, já que o documentário acompanha a onda de hippies e "freaks" da Counter Culture e suas "perversidades", que envolviam o uso de drogas e homossexualidade. No filme, ao lado de Beausoleil, estava Jay Sebring, estilista de celebridades e vítima de Manson, em 1969.
Beausoleil conheceu Charles Manson em Los Angeles, em meados dos anos 1960, quando havia sido libertado recentemente da prisão. Com seu olhar penetrante, Manson parecia um profeta bíblico para um boêmio como Beausoleil. E, de fato, se considerava um.
Beausoleil viveu bastante tempo na fazenda do Manson, no Spahn Ranch. O rancho era um refúgio para garotas, homossexuais, ex-presidiários e fugitivos. Não se sabe ao certo o motivo, mas seja qual for a razão, Beausoleil se viu totalmente atraído pelo mundo do "helter-skelter" de Manson.
Os dois tiveram um relacionamento íntimo durante essa época. Quando juntos, compartilhavam o amor pela música, brincavam com amenidades e acampavam. Ambos também compartilharam experiências sexuais com uma ou mais mulheres.
Beausoleil não participou com a Família Manson do massacre de Sharon Tate e LaBiancas, já que, nesta ocasião, havia sido preso pelo assassinato do músico Gary Hinman .
Gary Hinman era uma espécie de amigo da família Manson. A vítima tinha doutorado, era músico e traficante de drogas. De acordo com testemunhas, Gary tinha uma fábrica de mescalina e a operava em seu porão.
No dia 25 de julho de 1969, Beausoleil levou Mary Brunner e Susan Atkins para a casa de Hinman. De acordo o testemunho de Brunner, a visita foi apenas uma desculpa para castigar Hinman por não ter se juntado à família. No entanto, Beausoleil insistiu que ninguém foi à casa de Hinman naquela noite com a intenção de matá-lo.
Seja qual for o motivo, Hinman foi encontrado morto seis dias depois. Além disso, as palavras "político porco" foram rabiscadas nas paredes com seu sangue.
O julgamento de Beausoleil pelo assassinato de Gary Hinman começou em novembro de 1969. Terminou com um júri suspenso, pois sua então namorada, Kitty Lutesinger, de 17 anos, grávida de sua filha, havia testemunhado contra ele.
O homem foi condenado à prisão perpétua por homicídio em primeiro grau. Isso no ano de 1970. A promotoria pediu a pena de morte, mas não conseguiu porque a pena de morte foi declarada inconstitucional em 1972. Ele está preso desde os 22 anos de idade.
Apesar disso, a vida de Beausoleil, de certa forma, continuou. Ele se casou e teve quatro filhos. Truman Capote até trabalhou com ele em uma peça chamada "Then It All Came Down". Publicou literatura erótica e gravou também algumas músicas.