Raro e em extinção, um filhote de gato-mourisco foi resgatado por policiais militares na tarde de terça-feira (14) no município de Milagres, na região do Cariri, no Ceará . O animal integra a lista oficial de espécies ameaçadas da fauna brasileira, elaborada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O felino foi encontrado por um agricultor no momento em que ele plantava milho em seu sítio, no Distrito de Catarina. De acordo com a Polícia Militar do Ceará, o próprio lavrador entrou em contato com o Batalhão de Polícia do Meio Ambiente para resgatar o filhote. O animal selvagem foi entregue aos cuidados do ICMBio.
"O agricultor encontrou o felino em uma plantação de milho de sua propriedade. Vendo que a mãe aparentemente tinha abandonado o filhote, tratou de levá-lo para sua casa e alimentá-lo. O homem deu leite de vaca ao animal", afirmou o tenente coronel Fábio Lessandro Sena Lima, comandante do Batalhão de Polícia de Meio Ambiente do Ceará.
Lima disse que o agricultor que resgatou o felino sempre foi daquela região e conhece bem os animais. Logo ele percebeu que se tratava de um filhote de animal silvestre e entrou em contato com a Polícia Militar para fazer o resgate.
O animal está sob os cuidados da polícia ambiental do Ceará. Até o fim da semana o felino será encaminhado para o ICMBio, em Petrolina, em Pernambuco.
O gato-mourisco resgatado é uma fêmea que pesa 280 gramas e está sendo alimentada com leite em pó especial para filhotes de felinos. Conforme aponta a "Avaliação do estado de conservação do Gato-mourisco", um documento elaborado pelo ICMBio, o felino consta na lista de animais ameaçados de extinção desde 2003.
Gato-mourisco é um animal carnívoro que vive em habitats mais abertos e tem hábitos diurnos Foto: Divulgação
Gato-mourisco ou Jaguarundi são os nomes populares do Puma yagouaroundi. O animal habitava originalmente a América do Norte, Central e do Sul, desde o sul do Texas, nos Estados Unidos, até o sul do Brasil, Paraguai e Argentina. Trata-se de um carnívoro que vive em habitats mais abertos e tem hábitos diurnos.
A avaliação do ICMBio também afirma que a "principal ameaça à espécie é a perda ou fragmentação de habitats, que afeta diretamente a sobrevivência dos gatos-mourisco, e é provocada especialmente pela expansão agropecuária".
O Gato-mourisco está classificado na categoria "vulnerável" da lista de animais ameaçados de extinção. Há quatro níveis de classificação: extintos da natureza, criticamente em perigo, em perigo e vulnerável. As espécies que constam na lista são protegidas de modo integral, o que inclui a proibição de captura, transporte, armazenamento, guarda, manejo, beneficiamento e comercialização.