A arqueologia tenta todos os dias recuperar traços perdidos da história da humanidade. Além disso, os arqueólogos buscam comprovar ou desmentir teorias que surgem ao longo dos tempos sobre fatos históricos.
A cada dia que passa, nosso conhecimento se enriquece cada vez mais com as descobertas que são feitas por arqueólogos. Os cientistas fazem cada descoberta que nos deixa impressionado em como era a vida no passado, e algumas delas nos mostram algumas coisas que nós usamos hoje e que já eram usadas pelos nossos antepassados.
Em 1966, alguns fazendeiros encontraram por acaso uma caverna que estava oculta, e então e alertaram um arqueólogo mexicano que logo que soube, lacrou a entrada. Mas décadas se passaram e o lugar foi esquecido, menos por Luis Un, que não o esqueceu.
Agora com 68 anos, Un levou outros arqueólogos de volta a esse segredo que está sob a antiga cidade maia de Chichén Itzá, que fica ao longo da borda norte da península mexicana de Yucatán.
Achados
Segundo os pesquisadores, o conteúdo dessa caverna foi a descoberta mais importante na região desde os anos 1950. Foram achados centenas de artefatos maia surpreendentemente bem preservados e protegidos por um tesouro arqueológico chamado Balamkú, que significa a caverna do jaguar.
"Balamkú vai ajudar a reescrever a história de Chichén Itzá", diz o arqueólogo Guillermo de Anda, do Instituto Nacional de Antropologia e História do México, e diretor do Grande Projeto Aquífero Maia.
"As centenas de artefatos arqueológicos, pertencentes a sete [câmaras de oferendas rituais] documentadas até agora, estão em um estado extraordinário de preservação", continuou. Segundo os arqueólogos, durante os períodos clássico tardio, entre 700 e 800 d. C, e o clássico terminal, entre 800 e 1000 d.C, Yucatán sofreu com secas, o que obrigava os antigos habitantes a procurarem por água em outros lugares.
E foi nesses munidouros naturais e no sistema de caverna que ramificava-se delas que os maiais acharam não só água subterrânea, mas também a divindade. "Para os maias antigos, cavernas e cenotes eram considerados aberturas para o submundo", explicou o antropólogo Holley Moyes, da Universidade da Califórnia, Merced, que não estava envolvido com a equipe.
"Eles representam alguns dos espaços mais sagrados para os maias, que também influenciaram o planejamento do site e a organização social. Eles são fundamentais, extremamente importantes para a experiência maia", acrescentou.
E por essa adoração da civilização às cavernas que foram habitadas há muito tempo podem conter segredos igualmente grandes como as construções acima do solo. E uma das mais famosas é El Castillo, também conhecido como Templo de Kukulcána, que é uma pirâmide e um dos marcos centrais de Chichén Itzá. E ele está a menos de três quilômetros da caverna que foi explorada recentemente.
Artefatos
Justamente por essa proximidade é que os mais de 200 artefatos são um achado importante. "Como o contexto permaneceu fechado por séculos, ele contém informações valiosas relacionadas à formação e queda da antiga 'Cidade dos Magos da Água', e sobre aqueles que foram os fundadores deste local icônico", diz de Anda.
O que foi encontrado até agora na caverna foram titulares de incenso, recipientes para alimentos e para beber e vários com a iconografia de Tl?loc, o deus da água, que aparece em diferentes formas.
E alguns dos achados contêm traços antigos de alimentos, ossos, minerais e sementes. E com essa análise, os pesquisadores poderiam aprender mais sobre as pessoas que habitaram esse espaço oculto.
E outras descobertas podem ser esperadas, já que uma caverna se estende por centenas de metros que ainda precisam ser explorados. E os artefatos são preservados porque Balamku é como se fosse um esconderijo natural. E a equipe continuará procurando por uma possível ligação com a pirâmide vizinha.