Um arquiteto chamado Christopher Tunnard resolveu criar uma casa com um compartimento secreto para esconder um amor proibido. Essa história surgiu em 1930, quando ele queria morar junto com o seu namorado Gerald Schlesinger, mas naquela época a homossexualidade era proibida no Reino Unido.
A ideia era ter um local onde pudessem viver juntos, mas que ao mesmo tempo possibilitasse a eles "disfarçar" a relação. Para isso, Tunnard pensou uma mansão que poderia ter sua configuração alterada quando as visitas viessem - o intuito era manter a aparência de que ali moravam dois amigos que dividiam uma casa, e não dois namorados.
Até 1967, as práticas homossexuais consentidas entre adultos eram um crime no país - implicavam não só em uma possível condenação e prisão, como também a uma estigmatização pela sociedade.
De acordo com a professora da Universidade de Leeds Beckett, no Reino Unido, contou que aparentemente, a casa tinha dois quartos, com seus respectivos banheiros e camas separadas. Mas na verdade as divisões eram 'móveis' e, quando retiradas, transformavam dois quartos em apenas um, que era o do casal.
Por esse motivo, a casa enorme projetada por Tunnard, onde o casal viveu feliz por anos no condado de Surrey, a cerca de 40 km ao sul de Londres, virou um símbolo da luta pelos direitos da comunidade LGBT no país e foi catalogada como parte do patrimônio arquitetônico inglês.
A mansão está à venda por US$ 12 milhões (R$ 38,8 milhões).