Um post com imagens atribuídas à intérprete da personagem dona Clotilde, do seriado Chaves, ganhou bastante repercussão nesta semana no Facebook. Segundo a postagem, a atriz, quando jovem, foi uma guerrilheira que lutou "contra a ditadura fascista do general Francisco Franco na Espanha". Angelines Fernández realmente foi uma ativa opositora à ditadura de Franco.
"Em sua juventude, [a atriz] chegou a lutar nas guerrilhas antifranquistas antes de emigrar para o México, em 1947", escreveu um colunista do El Pais.
O El Nacional, um dos principais jornais da Venezuela, trouxe uma reportagem intitulada El pasado de "La Bruja del 71", em que confirma a trajetória política de Angelines.
"A vida dela estava em risco na Espanha, mas ela nunca pode ser considerada refugiada no México", diz o texto. O regime instituído em meio à Guerra Civil Espanhola (1936-1939) manteve Franco no poder até 1975, ano de sua morte.
Em 1950, três anos depois de sua chegada ao México, Angelines Fernández começou a carreira artística na peça Un Corazón con Freno y Marcha Atrás.
Foi pioneira no cinema mexicano, tendo atuado em 14 filmes, como o clássico El Esqueleto de la señora Morales (1960).
Ingressou no elenco de Roberto Gómez Bolaños "Chespirito", em 1971, e por isso sua personagem em Chaves foi apelidada de "Bruxa do 71", de acordo com o site Chespirito.org.
Alcançou sucesso em toda a América Latina com as personagens da turma de Chaves e Chapolin. Ela morreu de câncer de pulmão em 1994, coincidentemente com 71 anos.