Quem pensa que aplicação de botox é sinônimo de vaidade e só tem a função de suavizar rugas e marcas de expressão está bem enganado. A toxina botulínica tem várias indicações na odontologia e pode ser utilizada funcionalmente no tratamento de diversas doenças relacionadas ao sistema neurológico e muscular.
Dores na face, problemas relacionados com bruxismo, ATM (Articulação Temporomandibular) e DTM (Disfunção Temporo Mandibular) estão entre as indicações da substância para fins terapêuticos.
Segundo Willian Ortega, cirurgião dentista especialista em harmonização orofacial, a aplicação de botox promove relaxamento muscular da região tratada reduzindo dores. “Em determinados casos a paralização do músculo pode ser benéfica trazendo uma sensação de alívio ao paciente e diminuindo até o uso de medicamentos para dor ou inflamação. Além do mais, o excesso de força e carga sobre os dentes pode acarretar em desgaste acentuado, mobilidade e até perda dos mesmos”, explica.
Dores de cabeça, sequelas de paralisia facial periférica, sequelas decorrentes de AVC ou espasmos que causam movimentos anormais como repuxamento da face e fechamento involuntário do olho em apenas um dos lados do rosto, também estão entre os males combatidos com o botox. “A toxina botulínica entra como peça chave para enfraquecer o músculo da região afetada e consequentemente reduzindo o movimento e promovendo uma melhor simetria facial”, completa o especialista.
Há até casos de recomendação do botox para crianças que sofrem de estrabismo. “Quanto mais cedo iniciar, mais eficiente é o tratamento”, acrescenta Ortega. Segundo o especialista, as quantidades de aplicações e doses são avaliadas individualmente, assim como a frequência do uso da substância que geralmente acontece de 4 em 4 ou de 6 em 6 meses, período de duração da atuação da toxina botulínica.