Moradores de vilas e distritos croatas estão registrando o aparecimento de centenas de buracos em suas terras, que surgiram recentemente por conta do terremoto do último mês de dezembro, classificado como o maior fenômeno sísmico que já ocorreu no país.
Em 29 de dezembro de 2020, um terremoto de magnitude 6,4 na escala Richter abalou grande parte do interior da Croácia, em especial as cidades de Petrinja, Sisak e Glina. O impacto do fenômeno atingiu cerca de 116 mil pessoas, 35 mil casas e 4.550 empresas, resultando em um total de cinco mortes identificadas e danos irreparáveis para milhares de famílias.
A intensidade esmagadora do terremoto rapidamente se espalhou para os arredores do epicentro, com impactos registrados a cerca de 25 quilômetros do local, como foi comunicado por moradores da vila de Mecencani, na Croácia Central. Segundo relatos de moradores, buracos gigantes surgiram em suas terras dois dias após o desastre, e dez dias depois já havia 15 no local, com outros 15 em áreas próximas.
Já no município de Kukuruzari, vila distrital da cidade de Petrinja, os 40 buracos identificados inicialmente passaram para 70 em menos de uma semana, porém em dimensões muito maiores em relação às de Mecencani, com algumas valas de até 30 metros de diâmetro.
Zonas urbanas e muitos riscos
Como é possível observar nas imagens, as condições geográficas das áreas croatas são apavorantes e alguns dos buracos estão surgindo muito próximo a casas e ruas, comprometendo não somente o fluxo de pessoas, mas também a própria vida dos moradores, que têm medo constante de suas moradias e terras serem levadas pelos estranhos eventos.
Até o momento, cientistas da Faculdade de Engenharia de Mineração, Geologia e Petróleo de Zagreb tentam encontrar alguma solução para compreender o surgimento dos buracos e evitar que mais tragédias ocorram, mas o aparecimento irregular de novas valas — e cada vez maiores — dificultam os estudos e o zoneamento das áreas. Além disso, regiões ainda sentem o impacto do terremoto, e tudo indica que mais buracos deverão se formar nos próximos dias.
Algumas comunidades foram evacuadas e as autoridades locais construíram abrigos temporários para quem vive em região de risco, porém este mesmo risco que tanto aflige as pessoas ainda é totalmente incalculável.