Duas moradias desabaram na área de palafitas da Vila dos Pescadores em Cubatão (SP). A Defesa Civil confirmou a informação ao G1 nesta segunda-feira (15). Os moradores perderam todos os pertences e uma das famílias teve que deixar a casa às pressas. Apesar do susto, ninguém ficou ferido. As moradias ficaram submersas.
"Perdemos tudo. Só ficamos com a roupa do corpo", relata Vitória dos Santos, de 17 anos, que vivia com mais cinco pessoas na moradia que desabou, entre elas, sua mãe, marido e filho de três anos. Além disso, a jovem está grávida de quatro meses e perdeu até as roupinhas que já tinha comprado para o bebê.
Vitória conta que estava nas proximidades de sua casa quando alguns vizinhos correram em sua direção para avisar que a moradia estava caindo. "Cheguei lá e todas as nossas coisas estavam na maré. Ficamos traumatizados. Lutamos para ter as coisas e do nada perdemos tudo", afirma.
Antes do desabamento, ela e os familiares já tinham percebido que o chão da casa estava se afastando, mas não conseguiram resolver o problema. "Com a crise, todos sem dinheiro, não tivemos recurso para arrumar", diz.
De acordo com ela, a família não tem condições financeiras para mudar do local ou construir uma nova moradia, então terão dificuldades para conquistar tudo que perderam.
Desespero
"Ver todas as coisas que batalhamos para ter indo embora é triste demais. Ainda não consigo acreditar, vou lá e fico chorando", afirma a auxiliar de serviços gerais Patrícia Pereira, de 35 anos, dona da outra moradia que desabou.
Ela conta que estava na rua, quando chegou em casa, por volta das 13h. Sua amiga estava cuidando do filho. “Ele entrou em casa, pegou uma bola e foi brincar com os amigos. Minha amiga foi fumar e eu entrei em casa para almoçar e dormir um pouco, já que trabalho de noite", relata.
Patrícia afirma que ouviu um barulho e perguntou para a amiga o que estava acontecendo. Momento em que foi avisada para sair o mais rápido possível de sua casa, porque a moradia do lado estava desabando.
Segundo relata, ela apenas conseguiu pegar a mochila do serviço e do filho. O enteado foi até o local tentar ajudá-la, mas quando entrou para tentar pegar outras coisas, o barraco começou a desabar e ela o puxou rapidamente pelo braço. "Foi desesperador. Nós sabemos que é errado viver ali, mas é a forma que temos que para sobreviver", desabafa.
Patrícia vive com o marido, dois filhos e a amiga, e agora está na casa de sua mãe, que, de acordo com ela, é muito pequena e não tem suporte para abrigar todos.