Água, dióxido de carbono (o popular CO2) e um tipo de bactéria. Só passar uma corrente elétrica que dê conta de misturar tudo e você tem a receita que pode impedir milhões de pessoas de irem dormir com fome. O projeto Food from Electricity, como revela desde o nome, é uma tentativa de pesquisadores finlandeses de produzir comida a partir de energia elétrica. Os resultados, apesar de ainda iniciais, são animadores. A fórmula resulta em um suplemento alimentar rico em nutrientes e, principalmente, produzido a um custo relativamente baixo.
Para que a mágica aconteça, uma fonte de energia limpa (como uma turbina eólica ou painéis solares) fornece a eletricidade que faz um biorreator funcionar. A máquina é capaz de quebrar as moléculas de água (H20) em hidrogênio e oxigênio.
Enquanto isso, o CO2 disponível no ar é captado e alimenta o reator. Os micróbios que estão dentro do recipiente recebem, então, uma série de nutrientes essenciais, como nitrogênio, enxofre e fósforo. Isso torna o ambiente perfeito para que eles cresçam e se multipliquem.
A massa que resulta da reprodução das bactérias é drenada, para perder todo o excesso de água. No final, o que sobra é uma farinha bastante nutritiva: 50% é proteína e 25% carboidratos. De acordo com os cientistas, pode-se dar novas texturas ao alimento, alterando os micróbios utilizados como ingredientes. A ideia é que a farinha seja empregada em receitas culinárias para reforçar suas propriedades nutritivas.