Como Qatar vai tratar sobre cerveja e homossexualidade para a Copa

O que se sabe é que o Qatar é um país bastante conservador.

| Vasily Maximov/AFP
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Todo mundo já sabe que a Copa do Mundo de 2022 será no Qatar e será a primeira vez que esse evento acontecerá no Oriente Médio. O problema é que o Qatar, assim como os outros países árabes, possui leis bem restritas em relação ao uso do álcool e a homossexualidade. 

Desde que a Fifa anunciou em 2010 que Qatar seria a próxima sede da Copa o tema vem gerando polêmica. Esse tema vem sendo discutido durante todos esses anos pelo comitê organizador. 

O que se sabe é que o Qatar é um país bastante conservador e prega principalmente o respeito à cultura. A venda e o consumo de bebidas alcoólicas são proibidos em locais públicos para os muçulmanos. Com exceção dos hotéis internacionais, onde os estrangeiros costumam ficar. Só que a Copa do Mundo possui uma espécie de "cultura cervejeira", na qual os torcedores costumam beber dentro e fora dos estádios. Uma gigante do mercado, inclusive, é patrocinadora do evento e tem interesse direto nos rumos do torneio no Mundo Árabe.

Crédito: Vasily Maximov/AFP

A reportagem do UOL Esporte está no país da próxima Copa do Mundo e questionou o Comitê de Entrega e Legado sobre o impasse. O torcedor estrangeiro que comparecer ao Qatar poderá consumir álcool como nos últimos Mundiais? 

"Essa é uma questão que analisamos com a Fifa. Vamos receber todos, independentemente das culturas e crenças. Somos um país conservador e queremos respeito às nossas culturas e tradições. Atualmente, o álcool é permitido em alguns locais e esse deve ser o cenário. A Copa do Mundo promove uma troca de culturas. Pessoas se juntam em um único país. O Qatar tem muito a oferecer, assim como qualquer outra nação. E isso não se limita apenas ao álcool, que dura alguns minutos ou horas", disse o porta-voz do Comitê de Entrega e Legado da Copa do Qatar, Khalid Al-Naama. 

As possibilidades estão em estudo, mas passam pelas tradicionais áreas de concentrações de torcedores e pela cultura do país. Ainda não se sabe sobre a venda em estádios, um ponto que envolve milhões de dólares na Copa do Mundo. "Há dois tipos de Fan Zone, como foi no Brasil e na Rússia. Tem o Fifa Fan Fest, organizado pela Fifa e tem a Fan Zone, feito pelo país anfitrião. Essa é a grande diferença. Na Fan Fest, a Fifa pode fazer as propagandas que quiser, já na Fan Zone é mais uma festa sobre o país. Haverá áreas com e sem álcool para os torcedores. Teremos opções para todos", garantiu o porta-voz. 

Sobre a questão da homossexualidade, o raciocínio é semelhante, embora o Qatar seja um dos mais liberais em comparação aos vizinhos árabes. É necessário respeitar a cultura do país, já que demonstrações de afeto em público não são bem-vindas. 

Estima-se, inclusive, que até 80% dos nascidos no Qatar deixem o país no período do Mundial. Primeiro pelo interesse reduzido no futebol e, depois, para que os estrangeiros tenham razoável liberdade. "Todas as questões e alternativas são discutidas para que tenhamos uma excelente Copa do Mundo. Somos um país com uma cultura enorme e com inúmeras possibilidades para os turistas que aqui chegarem", encerrou o porta-voz.

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