1) Sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento da Pesca, Hyderabad (Índia)
Se você tivesse de projetar um edifício para o Ministério da Saúde, como seria? Ora, como uma seringa de injeção. E para uma empresa de carne bovina? Como um boi. Algo assim pensaram em 2012 os responsáveis pelo organismo indiano que coordena as agências de pesca do país na hora de encomendar sua sede. “Queremos um peixe”, devem ter dito ao arquiteto. “Mas que também seja mais ou menos como um ônibus”
2) Conjunto Calakmul, Santa Fé (México)
O que separa a sofisticada civilização maia do inculto mundo de hoje? Tudo. Ou nada, graças a este complexo, que leva o nome da antiga cidade maia de Calakmul e foi projetado por Agustín Hernández em 1997 com grandes aspirações simbólicas. O quadrado representa a terra e o círculo, o céu. E as pessoas o chamam de “máquina de lavar roupa”.
3) Edifício elefante, Bangkok (Tailândia)
Outro exemplo de arquitetura animalista. Supomos que quando um arquiteto se empenha em erguer um elefante com blocos de Lego, o resultado é este: um mastodonte de 102 metros de altura que desafia as leis da natureza, com suítes de luxo e áreas de lazer com piscina e jardins. Contra todas as probabilidades, os moradores de Bangcoc − que acreditam que esse mamífero é sinônimo de boa sorte − o consideram uma bênção.
4) Edifício Longaberger, Newark (Estados Unidos)
Na verdade, é impossível ficar contra uma empresa que fabrica cestas e decide se instalar em uma. O único problema é que você, caso trabalhe aqui, certamente terá vontade de sair toda hora para fumar e, assim, poder ver de fora a cesta gigante, o que faz mal à saúde. E à produtividade. Não sabemos se foi por isso, mas a Longaberger fechou as portas neste ano.
5) Hotel Pangu, Pequim (China)
Muito bem, aqui está. Segundo alguns, o edifício mais feio do mundo. Por fora é o que se vê: um dragão com a crista ao vento, como se fosse feito com peças de Tetris. Por dentro... ah, por dentro! O hotel Pangu tem sete estrelas e, segundo sua administração, cultiva “o feng shui chinês e o glamour europeu”. Ou seja, tem candelabros Baccarat e gravuras de dragões da sorte. E não é só isso. Se você se cansar de olhar ao redor, pode olhar pela janela: o hotel tem vista para o Ninho de Pássaro, o estádio de Pequim projetado por Herzog & De Meuron, que também é bastante peculiar.
6) Hotel Trump Las Vegas, Nevada (Estados Unidos)
O atual presidente dos Estados Unidos será lembrado por muitas coisas, mas principalmente por ter marcado o mundo com coisas douradas, do interior de suas casas a seu próprio cabelo, passando pelo cabelo de sua ex, Ivana. Trump se move em coordenadas estéticas muito precisas, que oscilam entre dois polos: o barroco francês do século XVII e seu revival, versão fachada envidraçada, em algum momento dos anos oitenta. A torre Trump de Las Vegas, que parece de ouro, mas não é, é um ótimo exemplo deste último.
7) Edifício Aldar headquarters, Abu Dhabi (Emiratos Árabes Unidos)
Com vocês, o primeiro edifício circular do Oriente Médio. Um que diz se estética e funcionalmente inspirado na seção áurea e brilha ao sol de Abu Dhabi. É como uma enorme bolacha de vidro, uma bolsa Chanel ou uma moeda futurista gigante. Ou uma superconcha.
8) Hotel e cassino MotorCity, Detroit (Estados Unidos)
Para quem não sabe, Detroit tem o apelido de Motor City desde que se instalaram lá, no século passado, as grandes montadoras de automóveis dos Estados Unidos. Quando não sobrarem carros no mundo, o edifício do hotel e cassino MotorCity permanecerá como uma querida lembrança daqueles dias em que os automóveis tinham ailerons, nomes sugestivos escritos em metal cromado nas laterais e... a fachada vagamente clássica de um banco antigo? Espere aí!
9) Hotel Ryugyong, Pyongyang (Coreia do Norte)
Mede 330 metros, tem 105 andares, está sendo construído desde 1987 e se parece com dois emojis juntos: o gráfico que sobe e o que desce. Tudo é épico neste épico exercício de retrofuturismo, ou seja lá como se chame o estilo deste enorme traste que nasceu com vontade de ser o edifício mais alto do mundo. Alto ele é, mas ainda não conseguiram terminá-lo.
10) Kentucky Fried Chicken, Los Angeles, Califórnia (Estados Unidos)
Se esta unidade do Kentucky Fried Chicken parece uma confusão entre a desconstrução e o pop, é porque é: Jeffrey Daniels e Elyse Grinstein queriam homenagear a arquitetura retrofuturista dos anos 50 (a era dourada dos Estados Unidos em geral e do fast food em particular) e a colocaram na trituradora de estilos de Frank Gehry, com quem Grinstein havia estudado. Ficou bom. Se o Kentucky Fried Chicken tivesse promovido esse tipo de arquitetura avançada, em vez daquelas casinhas brancas com toldo vermelho, teria passado uma imagem de modernidade que o livraria da lenda urbana de que usaria frangos de seis asas e oito patas. Ou não, é claro.
11) Templo da Luz do Mundo, Silago, Guanajuato (México)
A arquitetura religiosa foi capaz de nos dar os exemplos mais sublimes daquilo que a raça humana é capaz de conseguir. E também do contrário. As duas coisas têm lógica, porque a religião em geral se presta a extremos. Mas aí chega esta igreja, uma construção inexplicável no meio de Silago. Embora, na verdade, seja culpa nossa tentar entender o insondável. Chega, é demais.