Confira os vencedores do Ig Nobel 2020, o prêmio da irrelevância

Premiação que nomeia estudos mais incomuns e irrelevantes da ciência anunciou os ganhadores e fez críticas à postura de nove governos em relação ao combate da pandemia

Ig Nobel | Reprodução
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O Ig Nobel Prize é uma premiação criada pela revista Annals of Improbable Research (em português, Anais de Pesquisa Improvável) que visa destacar as pesquisas ou experimentos mais inusitados em todo o mundo.

A edição de 2020, que foi anunciada nesta quinta-feira (17), distribuiu 10 prêmios nas áreas de ciência, materiais, medicina, psicologia, física e outros. O evento, que geralmente é realizado em um teatro da Universidade de Harvard, foi transmitido on-line devido à pandemia de Covid-19.

Editor da revista anunciou os vencedores (Foto: reprodução)

Conheça os ganhadores:

Acústica

O prêmio foi para uma equipe da Áustria, Suécia, Japão, Estados Unidos e Suíça que induziu o grito de um crocodilo fêmea chinês após entrar em uma câmara hermética cheia gás hélio. O estudo foi publicado no Journal of Experimental Biology.

Psicologia

Os vencedores foram os pesquisadores Miranda Giacomin e Nicholas Rule, que desenvolveram um método para identificar pessoas narcisistas por meio do exame de suas sobrancelhas. A pesquisa foi divulgada no Journal of Personality.

Paz

Os "homenageados" foram os governos da Índia e do Paquistão, "por deixarem seus diplomatas tocarem secretamente a campainha uns dos outros no meio da noite e depois fugirem antes que alguém tivesse a chance de atender." A dedicatória do prêmio faz referência a uma tática de assédio às equipes diplomáticas de ambos países, que consistia em tocar a campainha de alguns representantes do governo de forma inoportuna. O mal-entendido ocorreu em 2018.

Física

Pesquisadores da Austrália, Ucrânia, França, Itália, Alemanha, Reino Unido e África do Sul venceram ao mostrarem em um estudo publicado na Scientific Reports o que acontece com o corpo de uma minhoca ao vibrá-lo em alta frequência.

Economia

Quem levou o prêmio desta categoria foram cientistas de Brasil, Escócia, Polônia, França, Chile, Colômbia, Austrália e Itália que tentaram quantificar a relação entre a desigualdade de renda nacional dos diferentes países e a quantidade média de beijos na boca. Confira os resultados no estudo também publicado na Scientific Reports.

Gestão

Os vencedores desta categoria são um pouco incomuns: cinco assassinos chineses que delegaram a tarefa de matar uma pessoa um para o outro, cada um recebendo uma pequena porcentagem do pagamento, mas nenhum deles conseguiu praticar o crime. O caso ocorreu em 2015

Entomologia

O cientista americano Richard Vetter coletou evidências de que muitos entomologistas (cientistas que estudam insetos) têm medo de aranhas, que não são insetos. Seu artigo, "Entomologistas aracnofóbicos: Por que duas pernas fazem toda a diferença", foi publicado na revista American Entomologist em 2013.

Medicina

Os cientistas Nienke Vulink, Damiaan Denys e Arnoud van Loon, da Bélgica e da Holanda, diagnosticaram uma nova condição psiquiátrica: a misofonia — angústia de ouvir outra pessoa mastigando. O estudo foi divulgado no Journal of Affective Disorders.

Educação Médica

Ao todo, nove líderes políticos ganharam este prêmio por "usar a pandemia de Covid-19 para ensinar ao mundo que os políticos podem ter um efeito mais imediato sobre a vida e a morte do que os cientistas e médicos", justifica o comunicado do prêmio. As personalidades citadas foram Jair Bolsonaro (Brasil), Boris Johnson (Reino Unido), Donald Trump (Estados Unidos), Vladimir Putin (Rússia), Narendra Modi (Índia), Andrés Manuel López Obrador (México), Alexander Lukashenko (Bielorrússia), Recep Tayyip Erdogan (Turquia ) e Gurbanguly Berdimuhamedow (Turcomenistão).

"São todos indivíduos que perceberam que seu julgamento é melhor do que o julgamento de pessoas que estudaram isso durante toda a vida e foram mais insistentes a respeito", disse, em nota, Marc Abrahams, editor da Annals of Improbable Research.

Materiais

Pesquisadores dos Estados Unidos e Reino Unido criaram uma faca feita de fezes humanas congeladas e mostraram que elas, na verdade, não funcionam. A ideia foi do antropólogo Metin Eren, que desde criança era fascinado por uma história de um homem inuíte, nação esquimó que habita o Canadá, o Alasca e a Groenlândia, que fez uma faca com seu próprio cocô. "As facas falharam terrivelmente", disse ele, em nota. "O objetivo era mostrar que as evidências e a verificação dos fatos são vitais."

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