Hoje é quinta-feira, 21 de abril, Dia de Tiradentes. Esta é a 51ª vez que o feriado é comemorado em todo o Brasil, cuja homenagem é para Joaquim José da Silva Xavier, um dos alferes do governo (hoje a patente é chamada de segundo-tenente) no período colonial. O apelido de Tiradentes se deu por causa da sua segunda profissão: dentista.
Integrante da elite social e cultural da região, ele é admirado por sua bravura na luta pela independência, liberdade e igualdade no Brasil Colônia, sendo um dos protagonistas da Inconfidência Mineira - um movimento que contestava a influência e exercício de poder da coroa portuguesa. Os inconfidentes planejaram tirar o controle de Minas Gerais das mãos de Portugal.
Tiradentes foi morto enforcado e, em seguida, decapitado por ordem das autoridades de Portugal. A sua revolta contra novos impostos cobrados pelos portugueses foi o estopim para a prisão e, consequentemente, sua morte. Sua cabeça foi exposta como uma forma de aviso para os que tentassem enfrentar novamente a rainha Maria I, apelidada de “A louca”.
Por causa da pouca informação que temos sobre Tiradentes, é muito difícil retratá-lo por obras de entretenimento. No entanto, há quem arrisque. “Liberdade, Liberdade”, nova novela das 23h da TV Globo, por exemplo, tem sua história baseada no período da Inconfidência Mineira. Apesar de ser inspirada no livro “Joaquina, Filha do Tiradentes”, o autor da trama, Mário Teixeira, diz que a novela tem liberdade artística, ou seja, não é tão fiel assim aos fatos.
No meio cinematográfico, os filmes “Inconfidência Mineira” (1948) e “Os Inconfidentes” (1972) traziam Tiradentes como personagem principal. Ele foi retratado por Rodolfo Mayer no primeiro filme e por José Wilker neste último.
No ano que vem, o diretor pernambucano Marcelo Gomes planeja lançar o filme “Joaquim”, que se passa nos dez anos anteriores ao período da Inconfidência Mineira. Por causa da falta de grandes informações sobre a vida de Tiradentes, Gomes admite que “foi uma construção feita a partir de fatos reais e do imaginário”.
A fotografia do longa é de responsabilidade de Pierre de Kerchove, do filme “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”.
Foi o Marechal Castelo Branco, na época Presidente da República, que decretou o feriado nacional e tornou Tiradentes Patrono da Nação Brasileira. Antes disso, Joaquim foi visto por muito tempo como um rebelde, até que, em 1867, uma estátua em sua homenagem foi erguida na Praça Tiradentes, em Ouro Preto, Minas Gerais, exatamente no local em que sua cabeça foi exposta após ter sido decepada.