O chocolate contém antioxidantes e parece ter efeitos positivos sobre a circulação sanguínea e o coração, além de ter ação comprovadamente positiva sobre o nosso humor. No entanto, para que ele fique líquido e possa ser trabalhado durante o processo de fabricação, é necessário que uma grande quantidade de gordura seja adicionada à receita.
Chocolate magro
De acordo com os físicos, uma barra de chocolate normalmente contém cacau, leite, açúcar e outras partículas que, por sua vez, ficam em suspensão em gordura — como a manteiga de cacau, por exemplo — na sua forma líquida. Quando removemos esse ingrediente da receita, o chocolate se torna mais viscoso e consistente, fluindo mais lentamente e até entupindo as máquinas da linha de produção.
Os cientistas descobriram que, ao aplicar um campo elétrico paralelo ao sentido no qual o chocolate está fluindo, eles conseguem alterar a microestrutura das partículas presentes na mistura. Assim, o que ocorre é que as partículas sólidas de cacau mudam de formato e se organizam em cadeias mais curtas do que o normal.
Com isso, as partículas ganham mais “espaço” na mistura — resultando em uma redução na viscosidade do chocolate e, portanto, em uma diminuição na necessidade de gordura. Segundo os físicos, esse método pode permitir que, em vez de conter entre 40 e 60% de gordura, as barras possa ser produzidas com, em média, 28% desse material.
Foto: Reprodução (Barrinha "gorda" de Mars)
Em um dos testes, os pesquisadores conseguiram cortar o conteúdo de gordura de barra de Mars — um tradicional chocolate consumido em várias partes do mundo — para míseros 10%. Para colocar a nova técnica em prática, basta gerar o campo elétrico com uma fonte de energia de alta voltagem, e os cientistas garantem que o sabor do doce não é comprometido.