Bird Box estreou dias antes do Natal e, em uma semana, alcançou números surpreendentes. De acordo com a Netflix, o filme estrelado por Sandra Bullock foi visto por mais de 45 milhões de contas apenas nos primeiros sete dias. Com isso, o longa se tornou a maior estreia original da história do serviço de streaming. Desde o lançamento, o filme tem dividido bastante a opinião do público, em especial, com relação ao significado de sua história. Muitas pessoas acreditam não se tratar de nada demais.
Por outro lado, a audiência debate as possibilidades de interpretação contidas nas metáforas apresentadas pela obra. Outro assunto bastante pontuado nas discussões foi relacionado à imagem da criatura. Enquanto no filme ela existe somente como uma presença misteriosa, foi revelado que ela, de fato, tinha uma forma física a princípio. Contudo, devido ao resultado insatisfatório, a diretora Susanne Bier decidiu excluí-la da versão final. Seja qual for a opinião sobre Bird Box, a verdade é que o longa foi visto por milhares de pessoas e gerou até um desafio tão perigoso que a Netflix se viu obrigada a soltar um apelo público.
Outra influência causada pelo filme foi o aumento nas vendas do livro. A produção original da Netflix é uma adaptação do romance homônimo de Josh Malerman. Embora o título e a história sejam os mesmos, houve mudanças significativas na transposição do material. Uma delas foi o término da história.
O verdadeiro final de Bird Box
No final do filme, Malorie (Sandra Bullock) e seus filhos encontram o refúgio de sobreviventes que buscavam. Ela descobre que o local era uma instituição para deficientes visuais, a qual fora transformada em santuário para abrigar os sobreviventes das misteriosas criaturas. Depois da turbulenta jornada enfrentada para chegar até ali, Malorie enfim se sente segura novamente. Porém, no livro, as coisas não acontecem bem assim.
No romance de Josh Malerman, ao chegar no local, a personagem descobre que as pessoas naquela comunidade decidiram retirar seus olhos a fim de sobreviver às criaturas e aos outros humanos não afetados por ela. O fim do livro é muito mais cruel e surpreendente do que a adaptação. Em uma entrevista ao Polygon, a diretora Susanne Bier comentou sobre essa grande mudança.
"O filme é um pouco mais positivo. O filme é diferente do livro em muitos aspectos, mas ao mesmo tempo se mantém ligado a ele. O romance também possui uma espécie de final positivo. E eu não gostaria de fazer um filme apocalíptico que não tivesse um final esperançoso. De certa forma, quase tudo que tenho feito possui uma espécie de fina esperançoso. Não estou particularmente interessada em fazer a audiência ir embora do cinema ou da própria televisão com um ponto de vista completamente sombrio. Isso não é realmente o que eu acredito".