Uma rara condição identificada por "Guevedoces" faz crianças do sexo masculino nascerem sem o pênis e viverem nessa situação até mais ou menos os 12 anos de idade. Guevedoce quer dizer literalmente "pênis aos 12", e é uma rara condição genética, encontrada principalmente na República Dominicana.
Eles foram estudados pela primeira vez nos anos 70, pela médica norte-americana Julianne Imperato-McGinley. Ela achou curiosa a história que circulava, dizendo que na República Dominicana as garotas estavam ganhando pênis. Foi então que ela descobriu o que era o grande mistério.
No começo da vida uterina, o feto não tem sexo. Mesmo que possua os cromossomos XX (mulheres) e XY (homens), até as primeiras semanas nenhum órgão sexual aparece.
O pênis e o clitóris têm a mesma origem, e o que os diferencia são os hormônios sexuais, que, no caso do homem, "comandam" a tranformação do órgão primitivo em um pênis.
Quem faz isso é a dihidrotestosterona, que se origina da testosterona. Mulheres não produzem dihidrotestosterona, ou seja: possuem clitóris. Para os homens, a ação do hormônio é o desenvolvimento do pênis.
Os Guevedoces possuem uma deficiência na enzima 5-alfarredutase, que faz a conversão da testosterona. Sem conversão, sem pênis. E assim nascem as crianças com o que parece ser uma vagina.
Mas então, por que no início da puberdade os pênis dos adolescentes começam a crescer, causando uma verdadeira bagunça na cabeça de qualquer pessoa sã? No começo da adolescência, como qualquer outro garoto comum, eles recebem uma alta dose de testosterona.
Em um adolescente qualquer, isso causa crescimento de pelos, suor, aparecimento de músculos e de desejo sexual. Nos Guevedoces, todos esses sintomas são acompanhados pelo crescimento do pênis e dos testículos. A partir daí, a maioria não possui mais problemas com os órgãos sexuais, e continuam se desenvolvendo normalmente.
Alguns preferem fazer a cirurgia de redesignação sexual. No caso, a mudança de sexo na verdade não é exatamente uma mudança, mas sim uma continuidade.