A carioca Daniele Leite virou meme após um vídeo em que ensina a diferença entre as expressões de dor e prazer que uma mulher faz durante o sexo. Até Anitta gostou da explicação: “Estou presa há dias nesse vídeo”, comentou a cantora nas redes sociais.
De cara, parece uma pergunta simples. Mas, de forma expressiva, a conselheira amorosa mostra que há diferença sim entre as expressões. E não só nesse vídeo: Daniele conta com inúmeras publicações em diversas redes sociais ensinando sobre sexo e vida a dois (três, quatro ou mais). “Comecei no Facebook, fui para o YouTube, Instagram… Agora até no Twitter e no TikTok eu estou”, conta, maravilhada com a repercussão de seus conteúdos.
Mas a história de Daniele como conselheira amorosa não começou na Internet. Apesar de falar sobre isso há três anos na rede, a analista financeira primeiro escreveu um livro para contar sobre as próprias vivências. “Eu fui casada por muito tempo, e, quando meu casamento não estava bem, eu sentia vergonha de conversar com meus amigos… Acabava pedindo conselhos para pessoas aleatórias, na fila do mercado e tudo o mais”, comenta. “Um belo dia decidi escrever um livro com tudo o que eu vivi e com os conselhos que me deram”, relembra.
A obra Mulher não é só Vagina foi publicada em 2015. “Percebi que todo mundo tinha as mesmas queixas dos seus relacionamentos. Muitos homens são inseguros quando a mulher é segura na cama. Você vê que falta uma estrutura, eles tratam as mulheres como objeto, como se estivessem num filme pornô”, ela explica. Segundo Daniele, o objetivo do livro é para que homens (e mulheres) entendessem que o prazer é para todos. “Mulher também tem que gozar”.
Daí, a ideia saiu das folhas para as telinhas. “Fiz meu primeiro vídeo falando sobre sexo e postei. De uma hora para outra, minhas amigas e alguns internautas já entraram em contato para eu gravar mais, me perguntando coisas que eu nem sabia”, comenta.
E assim começou a saga de Daniele. A jovem conquistou seguidores com a falta de “papas na língua” para falar sobre sexo, o senso de humor e o fato de ser bastante extrovertida. “Não é um personagem. Aquela sou eu mesma, sem filtros e sem fingimentos”, frisa. E completa: “Tem que falar tudo mesmo! É ‘piru’, é ‘xereca’, é ‘rabo’ e é ‘cu’. Aprendi na faculdade de Publicidade que você tem que usar uma linguagem que atinja do mais simples até o intelectual, senão não adianta”.
Hoje, a mulher conta com vídeos de mais de três milhões de acessos, dos mais variados assuntos no universo sexual. “As maiores dúvidas são de como fazer sexo anal de forma indolor, como fazer um bom boquete, como ter a primeira vez sem doer e como demorar para gozar. Depende de quem pergunta”, comenta. Ela conta com um público variado, que vai de adolescentes iniciando a vida sexual a homens mais velhos querendo reviver os bons dias de sexo, do hétero ao LGBTQI+. “Tem de tudo, todo mundo querendo ter prazer!”
A expert comenta que, com o passar do tempo ao decorrer desses três anos, percebeu que as pessoas foram perdendo a vergonha de falar sobre determinados assuntos. “Há cinco anos atrás ninguém ia querer colocar a cara a tapa para falar sobre anal, por exemplo… Ainda mais se fosse mulher. Hoje já consigo ver mulheres bem resolvidas dublando meus vídeos, fazendo perguntas fora do anônimo, recomendando meus conteúdos, compartilhando nos perfis pessoais. Isso é um avanço maravilhoso”, celebra.
Apesar disso, ela reconhece que há um caminho longo a trilhar. “Ainda tenho muito o que estudar, me tornar uma terapeuta sexual, e ensinar para todos que não se deve viver apenas para satisfazer o outro. Tem que se amar e aprender que o sexo é para todos os que estão ali, não só para um… Vamos sentir mais prazer!”. E ai, agora você “consegue distinguir”?