Crianças mimadas se tornarão adultos incapazes de lidar com perdas

Segundo estudos, crianças mimadas não estão se preparando para vida

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É muito comum em qualquer passeio com a família se notar uma criança fazendo birra por querer aquele presente ou se jogar no chão por querer comer algo indevido. Ou então adolescentes revoltados por não poderem ir à festa aguardada e se trancam no quarto para chorar.

De acordo com estudos, essas crianças e adolescentes se tornarão adultos mimados e incapazes de lidar com as frustrações do mundo. Muitos pais atualmente só sabem dizer uma coisa para os filhos: “sim”. Quando na verdade poderiam dizer ‘não sei’, ou até mesmo um ‘não’ quando a situação é realmente imprópria.

Dizer sim o tempo todo traz como prejuízo uma alienação em relação a atualidade. “Esse adulto que foi criado dessa forma tem dificuldade de compreender e se inserir no mundo”, contou a psicóloga Rosely Sayão. Segundo ela, os pais, atualmente, não aguentam não ser imediatistas. Se no passado eles se permitiam deixar os filhos insatisfeitos por mais tempo, hoje atitudes como essa se transformaram em um dos maiores desafios na educação das crianças e jovens.

Ana acredita que a tecnologia colabore para o imediatismo a partir do momento em que, ao toque de um dedo na tela do celular, a resposta para qualquer pergunta ou busca de informação podem ser obtidas em pouquíssimos segundos.

“Não conseguimos sustentar uma dúvida por muito tempo, um incômodo. Não sabemos lidar com um mal-estar neste mundo onde a felicidade é imperativa”, declarou.

Para o pediatra presidente do Congresso Brasileiro de Urgências e Emergências Pediátricas, Hany Simon, a ansiedade e a angústia na adolescência e na vida adulta podem ser resultados do imediatismo paterno presenciado na infância. E, como reforça Rosely Sayão, viver de maneira urgente só traz impactos emocionais negativos nas crianças.

“Somos imediatistas desde que nascemos. Choramos para manifestar desconforto, somos atendidos e temos nossas necessidades básicas saciadas. Com isso, vem também uma sensação de prazer, que vamos desejar para sempre. No entanto, precisamos entender que não é o princípio do prazer que vai reger a nossa vida, e, sim, o princípio da realidade. O papel dos pais é, aos poucos, mostrar aos filhos a realidade do mundo”, disse.

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