O Departamento de Defesa dos Estados Unidos emitiu na última sexta-feira (14) um comunicado sobre a criação de força-tarefa especial dedicada a investigar “objetos voadores não identificados” (OVNIs). A iniciativa tem como intuito compreender a natureza e origem de fenômenos aéreos, sobretudo os de potencial ameaça à segurança nacional. Para isso, o órgão identificará, analisará e catalogará cada caso encontrado.
“A segurança de nosso pessoal e a de nossas operações são de grande preocupação. O Departamento de Defesa e os militares levam muito a sério quaisquer incursões de aeronaves não autorizadas em nossos campos de treinamento ou espaço aéreo designado e examinam cada registro. Isso inclui a análise de casos inicialmente reportados como OVNI, quando o observador não consegue identificar imediatamente o que está vendo”, diz o site oficial.
A notícia veio após a divulgação de três episódios, chamados de “Gimbal”, “GoFast” e “FLIR1” (ou “Tic Tac”), gravados por pilotos da Marinha, ao encontrarem objetos misteriosos, e posteriormente divulgados pelo Pentágono. Com isso, rapidamente o conteúdo repercutiu em redes sociais, nas quais diversos especialistas expressaram sua opinião sobre o assunto.
“A formação de uma força-tarefa sobre OVNIs é outro desenvolvimento bem-vindo no recente interesse renovado de atenção a esses relatórios por agências governamentais e esferas políticas. Porém, é impossível avaliar o quão bem intencionada ela estará para investigar seriamente os relatórios, mas por enquanto estou cautelosamente otimista”, comentou Mark Rodeghier, presidente do Centro J. Allen Hynek para Estudos de OVNIs em Chicago, ao blog Leonard David's Inside Outer Space.
“Espero que o máximo de informação possível seja liberado para o público para que possamos ser informados sobre este assunto potencialmente revolucionário”, acrescentou. “Não tenho dúvidas de que serviços de inteligência militar ao redor do mundo sempre estiveram interessados em ‘relatórios de OVNIs’ — se um fenômeno ‘inexplicável’ está ou não por trás de alguns deles”, destacou Jim Oberg, jornalista e ex-cientista da NASA.
Para Oberg, há muitas razões para o Departamento de Defesa estar interessado em casos de OVNIs. Dentre os principais motivos, aponta o incentivo a tecnologias para identificá-los, combate de situações de “pseudo-OVNIs” e avaliação de relatórios de nações com testes e operações militares.
“Em primeiro lugar, eu diria que o estabelecimento de uma força-tarefa para investigar e compreender faz sentido e poderia, se feito de forma sistemática, científica e de forma transparente, fornecer dados úteis na interpretação dos avistamentos”, disse Sarah Scoles, autora de livros de ufologia, ao veículo.
Scoles disse também que a classificação de fenômenos aéreos não identificados tecnicamente pode incluir aeronaves ou objetos simplesmente não autorizados em um local, além daqueles não identificados imediatamente.
Já o escritor Robert Sheaffer, encarou o anúncio de modo mais cético: “Não acho que esta [força-tarefa] seja tão significativa quanto algumas pessoas sugerem. É apenas uma resposta a toda a publicidade gerada pelos vazamentos dos vídeos da Marinha”.
“A maioria dos comentários recentes do Pentágono sobre ‘objetos não identificados’ menciona ‘incursões de alcance’, ou seja, objetos desconhecidos que parecem passar por áreas restritas do governo. Parece que os militares estão preocupados com objetos não identificados que podem se intrometer em seu espaço. Se eles aparecerem em outro lugar, os militares não se importarão”, adicionou.
“Nas forças armadas, uma força-tarefa é formada para lidar com uma situação ou problema específico. Espera-se que produza um relatório e recomendações a respeito disso, sendo dissolvida até o trabalho ser concluído”, completou.