DNA de menino de 7 anos mumificado surpreende cientistas

O garoto pertencia a uma população sulamericana.

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Há 500 anos um menino de sete anos era sacrificado durante um ritual inca. Cientistas colocaram em ordem a sequência do genoma desse garoto e seu DNA sugere que a Cordilheira dos Andes era muito mais geneticamente diversa antes da chegada dos espanhóis nas Américas.

O corpo do menino foi encontrado em 1985 perto do topo do Aconcágua, a montanha mais alta do mundo fora da Ásia - ele foi mumificado naturalmente pelo frio. Ele fez parte de um ritual chamado capacocha, no qual as crianças eram levadas ao topo de montanhas, mortas e abandonadas lá.

Como os restos do garoto de sete anos eram os mais conservados, ele foi o escolhido para ser estudado pela equipe do geneticista Antonio Salas, da Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha. Em estudo publicado na Scientific Reports, os pesquisadores relatam como isolaram e colocaram em ordem todo o genoma mitocondrial do garoto, formado por 37 genes passados somente por sua mãe, de um de seus pulmões.

As variações genéticas do corpo mostram que ele fazia parte de uma população chamada C1b, uma linha comum da Mesoamerica e dos Andes que data de 18 mil anos atrás. Há vários subgrupos dessa linhagem, mas o DNA do menino não correspondeu a nenhum deles.

Isso mostra que o garoto pertencia a uma população sulamericana nunca identificada até então. Salas e sua equipe a nomearam de C1bi e estimam que ela tenha existido há 14 mil anos. Ao procurar o código genético em questão, os pesquisadores encontraram três pessoas da modernidade com traços da população antiga: elas são residentes do Peru e da Bolívia.

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