Pesquisadores das universidades de Rutgers e Stanford, nos Estados Unidos, concluíram um experimento que demonstrou como a distância que você mantém da câmera do smartphone afeta as proporções do seu rosto na hora de uma selfie.
Para a turma da fotografia isso não é nenhuma novidade, mas talvez interesse ao público leigo saber que as selfies, da maneira como costumam ser feitas, com a câmera muito próxima do rosto, fazem o nariz parecer até 30% maior.
É claro que existe uma explicação técnica para essa distorção, mas o que chama a atenção no experimento são menos as selfies em si (ou as questões técnicas das câmeras e de suas lentes) e mais o comportamento que motivou as universidades a bancarem a pesquisa: o aumento significativo na demanda por cirurgias plásticas de nariz nos Estados Unidos.
De acordo com levantamento da American Academy of Facial Plastic and Reconstructive Surgery, organização formada por especialistas em cirurgia plástica, 55% dos cirurgiões americanos dedicados a essa especialidade já ouviram de seus pacientes a declaração de que “parecer mais atraente nas selfies” foi fator decisivo para que se submetessem a uma intervenção cirúrgica.
Entre 2016 e 2017, o número de especialistas que ouviram esse tipo de argumento nos Estados Unidos aumentou 13%, o que talvez revele algo a respeito do impacto da tecnologia sobre a maneira como lidamos com a aparência e como isso afeta a nossa auto-estima.
Enquanto não estabelecemos uma relação mais saudável com o smartphone e o que ele evidencia de nós através das selfies, o jeito é fazer as fotos de uma distância maior ou, se você preferir, experimentar uma ferramenta de correção de distorções como esta, desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Princeton, que promete desfazer as interferências do efeito-selfie.