Um reencontro entre um idoso e seu animal de estimação no hospital Emílio Carlos, em Catanduva, interior de São Paulo, causou comoção no local na tarde de ontem. E gerou uma melhora clínica no quadro do paciente.
Internado há quase um mês depois de fraturar o fêmur ao cair em casa, Arthur Santaela, 86, chorava por sentir a falta de seu fiel escudeiro, o vira-lata Sheike, com quem convive há seis anos. Para tentar amenizar o sofrimento do aposentado, que ainda não tem previsão de alta, a filha resolveu promover o encontro entre os dois.
"Desde que meu pai foi internado, ele pergunta pelo cachorro todos os dias. Na última semana, percebemos que ele estava chorando muito por sentir falta do Sheik, daí surgiu a ideia de fazer o encontro", contou Celia Raquel Santaela, filha do aposentado. "O Sheike também sente muito a falta do meu pai. Ele fica triste e chora a noite toda."
Os médicos aprovaram a ideia de Célia e viram que o encontro não causaria complicações de saúde para o aposentado. Antes de ser levado ao hospital, Sheike passou por atendimento veterinário e tomou banho.
Para o encontro, foi montada toda uma operação, já que o animal não pode entrar no ambiente hospitalar. Para Sheike ver seu dono, seria necessário descer com o paciente. Em uma maca e acompanhado por toda a equipe médica, Arthur foi levado até o jardim do hospital, onde o encontro aconteceu. Além dos médicos, familiares do aposentado também acompanharam a visita.
"Eu nunca vi um amor tão puro e verdadeiro. Foi emocionante e meu pai ficou muito feliz", disse Célia. De acordo com o coordenador médico do hospital, Rogério Lima Duarte, que acompanha o tratamento do aposentado, o encontro com Sheike trouxe diversos benefícios para a saúde de Arthur e vai ajudar na melhora de seu quadro clínico.
"Além da fratura, o Arthur teve uma pneumonia recente e isso o deixou muito debilitado. Mas depois que ele encontrou com o Sheike, a melhora já foi excepcional. Tiramos o oxigênio e ele já está bem melhor. Além da melhora clínica, sentimos também outros benefícios como no humor, na questão psicológica e na expectativa de se recuperar e ir para a casa logo", disse o médico.