A erupção do vulcão submarino Hunga-Tonga-Hunga-Ha'apai, em Tonga, no Pacífico Sul, provocou mais de 200 mil descargas elétricas em um intervalo de uma hora, 63 mil raios em 15 minutos. As descargas elétricas puderam ser vistas nas regiões de Mackay, Isaac e Whitsunday e sensores de raios registraram o fenômeno.
Os registros foram divulgados pela Ergon Energy Network, empresa subsidiária da Energy Queensland Limited, uma empresa estatal de propriedade do Governo de Queensland, na Austrália.
Especialistas analisaram que é a primeira vez que um número tão grande de descargas elétricas é registrado em tão pouco tempo. Em outras erupções de grande impacto nas últimas décadas, como do Pinatubo, El Chichón e Monte Santa Helena, não havia tecnologia que registrasse os raios através de sensores.
Ligação com erupções vulcânicas
Segundo a empresa de meteorologia Metsul os raios são efeitos comuns de erupções vulcânicas. De acordo com a análise publicada no site, "tudo o que é preciso é calor, ionização, uma diversidade de moléculas e transporte do material vulcânico, e quando carga suficiente se separa na distância certa, ocorrem descargas elétricas. É assim que se formam relâmpagos vulcânicos. Descargas elétricas frequentemente são observadas em erupções vulcânicas explosivas e são comumente associadas à formação de plumas de cinzas, destaca o USGS, o serviço geológico dos Estados Unidos".
O Metsul também chamou a atenção para o fato de que "os raios são a principal causa de interrupções não programadas para a maioria das linhas de transmissão de energia e é uma das principais causas de falhas em linhas de distribuição aéreas em zonas vulcânicas ativas". A região de Tonga perdeu o acesso à internet após a erupção, além de ter sofrido blecautes de energia e de linhas telefônicas.
Com informações de O Globo