Talvez você nunca tenha ouvido falar desse fato tão surreal, mas acredite, realmente existe e faz parte de nossa realidade há um bom tempo. Com a tecnologia avançada se conseguiu chegar a conclusão de que fazer a fertilização com espermatozoides tirados de homens mortos não seria um problema, e foi levado tão a sério que já existem mulheres que engravidaram usando esse processo.
Mas, como isso acontece? Não é algo antiético? Onde ele foi utilizado pela primeira vez? Quais as questões que envolvem esse processo?
Como funciona
O processo é utilizado em homens cuja família autoriza e quando eles mesmos deixam, antes de morrer, uma declaração permitindo que a retirada do esperma póstumo seja feita. Atualmente, já existe no Brasil a ocorrência desse processo, mas ele é de origem exterior, ou seja, começou em outros países para depois ser adotado e adaptado para a tecnologia brasileira.
A coleta do esperma acontece da seguinte forma: os epidídimos são removidos do corpo do homem que morreu e são espremidos, a fim de que o esperma sai, afinal é no epidídimo que há os tubos que armazenam o esperma. Depois disso o esperma é congelado e permanece nesse estado até que algum familiar autorizado solicite que seja feito o uso dele.
Segundo o médico estadunidense Rothman o processo “dá esperança às pessoas e diminui a dor repentina de perder um ente querido”. Ele ainda afirma que no hospital que trabalha, conhecido como Century City em Los Angeles – EUA, junto com os seus parceiros da área da saúde ele já congelou o esperma de cerca de 12 homens mortos com a autorização da família e da pessoa falecida, antes que ele morresse.
Existem pessoas que se confundem quanto à questão de mulheres que engravidam por meio de espermatozoides colhidos de defuntos e das mulheres que engravidam de espermatozoides colhidos de homens ainda vivos que morreram logo depois, ambas esperarão filhos de pessoas que já morreram, mas só o primeiro caso seria considerado gravidez por esperma póstumo.
No Brasil e no mundo
No Brasil já esse processo já foi utilizado em uma mulher do Estado do Paraná que engravidou de seu marido oito meses depois de sua morte, utilizando esperma póstumo colhido pouco tempo depois de ele ter morrido e que estava congelado só esperando a autorização familiar e judicial para ser utilizado na mulher.
Nela, ocorreu a fertilização in vitro. A autorização da justiça teve de ser precisa por que o seu saudoso esposo não deixou nenhuma documentação que comprovasse a sua vontade pelo caso, sendo assim ficou bem difícil de poder utilizar o sêmen, mas no fim deu tudo certo e a autorização judicial foi obtida com sucesso, um caso inédito no país até.
Já, o outro caso seria o que ocorreu em Los Angeles, com uma viúva chamada Diane Blood que solicitou o recolhimento do esperma de seu marido quando ele ainda estava vivo, quase morrendo, em coma terminal. Ela também teve de lutar na justiça, já que a coleta do material foi feita sem consentimento de seu marido, já que a ideia de fazer isso lhe ocorreu depois que ele já estava em situação terminal.