Desde 1989, um grupo de pesquisadores alemães, distribuiu redes para capturar insetos em 63 áreas de proteção natural do país. Ao longo da pesquisa, que foi encerrada em 2016, foram coletados 53,4 quilos de invertebrados voadores. Mas, foi em 2013, quando retornaram a um dos primeiros locais onde colocaram as redes, que tiveram uma percepção do que encontrariam na pesquisa: o número de insetos coletados tinha caído quase 80%.
Inicialmente os pesquisadores pensaram que se tratava de um ano ruim. Retornaram no ano seguinte e o resultado foi tão decepcionante quanto, o padrão se manteve em outros 12 locais pesquisados. Os números foram então compilados e recentemente divulgados com uma informação assustadora: declínio de 76% no volume total de insetos. Ao analisar somente o verão, quando os insetos estão mais ativos, a redução é de 82%.
Se você odeia bichos que voam e pensa que essa é uma boa notícia, saiba que a sua vida depende desses insetos. Eles são fundamentais no funcionamento dos ecossistemas, como na ciclagem de nutrientes, decomposição de matéria orgânica e como comida para animais maiores: 80% das plantas selvagens dependem da polinização por insetos e 60% dos pássaros se alimentam desses insetos. “Preservar a abundância e diversidade dos insetos deveria constituir uma prioridade na conservação”, afirma o estudo.
Entre as possíveis causas para o desaparecimento destes insetos estão as mudanças climáticas, perda de habitat, e fragmentação e deterioração das florestas.
Apesar da pesquisa ter sido realizada em áreas protegidas, 94% são cercadas pela agricultura. A hipótese é que a intensificação do uso de defensivos funcionam como “armadilhas ecológicas” para os insetos. Mas não só. Já foram associados ao declínio da biodiversidade de plantas, pássaros e outras espécies. Nos últimos 50 anos, houve um declínio de quase 60% da abundância global de vertebrados selvagens.