Uma família canadense de seis pessoas decidiu fazer uma viagem pelo mundo antes que três dos quatro filhos fiquem cegos devido a uma condição genética rara. O casal Edith Lemay e Sebastien Pelletier, que vivem em Quebec, no Canadá, estão juntos há 12 anos e programaram uma viagem de um ano para que os filhos pudessem guardar na memória as “mais belas imagens” enquanto ainda tinham visão.
De acordo com a emissora americana CNN, as crianças foram diagnosticadas com uma condição genética conhecida como retinite pigmentosa. O problema ocular crônico é hereditário e caracterizado por uma pigmentação preta e degeneração gradual da retina, levando a uma lenta deterioração da visão. Muitos pacientes ficam totalmente cegos quando chegam aos 30 anos.
A filha mais velha, Mia, de 12 anos, junto dos irmãos Colin e Laurent, de 7 e 5 anos, respectivamente, foram diagnosticados com a doença entre 2019 e 2020. O segundo filho de Edith Lemay, Leo, no entanto, não foi acometido do problema hereditário, informa a emissora.
Em entrevista à CNN, Edith diz que não há nada que possa ser feito para remediar a progressão da retinite pigmentosa. Atualmente não existe cura ou tratamento eficaz. “Não sabemos o quão rápido ela vai avançar, mas a expectativa é que fiquem completamente cegos até a meia-idade”, comenta a canadense. Quando a pediatra de Mia lhe disse para encher a menina de “memórias visuais”, o casal não pensou duas vezes para programar a ousada viagem pelo mundo.
Enquanto os planos originais de começar a viagem em 2020 foram frustrados pela pandemia de covid-19, a família finalmente conseguiu iniciar o trajeto em março deste ano, começando com um itinerário pela Namíbia, na África. As aventuras da família estão sendo compartilhadas com o público em um perfil no Instagram, que já conta com mais de 10.700 seguidores.