Fantasias ofensivas para evitar neste carnaval (e nos próximos)

Muitas das fantasias mais comuns usadas nesta época do ano podem ser desrespeitosas com populações, culturas e religiões

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Quem aí já está animada para pular o Carnaval? Afinal o ano só começa depois dele, não é? Tem bloco e festas para todos os gostos, e todo mundo já está escolhendo qual fantasia vai usar neste ano. Mas tem que tomar cuidado: muitas das fantasias mais comuns usadas nesta época do ano podem ser desrespeitosas com populações, culturas e religiões. Veja quais fantasias ofensivas você deve evitar este ano, já que embora a princípio não pareçam, fazem apologia a xenofobia, racismo, machismo entre outros. Além do mais, nada melhor do que curtir sem ofender ninguém, né?

Índio ou índia

Todos os elementos presentes em uma fantasia de índio ou índia fazem parte de uma cultura muito ampla e com significados profundos, sagrados e costumeiros para essa população. Ao utilizar esses elementos como fantasia você está se apropriando e ridicularizando toda esta cultura. A situação piora ainda mais se você pensar como esse povo, atualmente, perde cada vez mais espaço, é atacada e sofre com invasões do governo e homens brancos.

Fantasias ofensivas: Homens vestidos de mulher

Esse tipo de fantasia é muito comum nas festas de Carnaval em todo o país. Contudo, é uma prática errada a partir do momento que você está brincando com uma questão de gênero, reforçando estereótipos. Principalmente quando, na vida real, pessoas transexuais sofrem violências cotidianas e mulheres também.

“Nega maluca” ou blackface

Foto: Reprodução/Rede Globo

Outra clara questão de apropriação cultural e racismo. O blackface surgiu por volta de 1830, quando homens brancos de pintavam de preto (de forma caricata) e se apresentavam para a aristocracia branca com o objetivo de satirizar a população negra. Muitos atores e atrizes brancos fizeram isso no passado justamente porque diretores não queriam contratar atores negros para fazerem parte dos filmes. O mesmo vale para looks que ironizam diferentes tipos de cabelo, como o Black Power – que também faz parte do movimento negro.

Fantasias ofensivas: Muçulmanos

Ao usar trajes do tipo, você contribui para generalizar e estereotipar um povo, desrespeitando também a religião islâmica. A situação piora ainda mais quando são feitas referências ao terrorismo nessas fantasias: nem todo muçulmano é terrorista e nem todo ato de terrorismo é praticado por pessoas que vêm do Oriente Médio.

Entidades

Se fantasiar de Iemanjá, por exemplo, que é uma divindade africana do Candomblé e da Umbanda, mostra desrespeito com essas religiões que até hoje sofrem com a intolerância e o racismo. Afinal, brincar com algo respeitado por muitos e motivo de credo não é legal.

Fantasias ofensivas: Pessoas em situação de rua

Foto: Reprodução/Divulgação da Band

Inferiorizar a situação de morades de rua a uma fantasia de carnaval é extremamente desrespeitoso. Já que se trata de um problema real de pessoas que vivem na miséria e precaridade e que, na maior parte das situações do dia a dia, as pessoas inclusive ignoram.

Empregada (ou sexualização de outras profissões)

Essa é uma clara demonstração das relações de poder, machistas,  que regem a nossa sociedade.

Fantasias ofensivas: Feminista

Foto: Reprodução/Capricho

Fingir ser feminista, copiar (muitas vezes de forma sexualizada) vestimentas que comumente são usadas em protestos e satirazar símbolos em cartazes é um desrespeito com quem luta pela igualdade de direitos e com a causa em si. Você estereotipa e generaliza as feministas e tira sarro de suas conquistas. Além de atingir diversas pautas defendidas por elas como o combate ao machismo, assédio, agressão, desigualdade etc.

Japonesa ou cigana

Semelhante ao caso da fantasia de índio ou índia! Você está estereotipando toda uma cultura e população, além de utilizar-se de símbolos importantes para eles como forma de curtição ou ridicularização. Símbolos culturais não são fantasia!

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