A neozelandesa Karen Martyn, a primeira integrante da igreja do Monstro do Espaguete Voador (Monsevol) autorizada a celebrar casamentos, defendeu os princípios do pastafarianismo e convocou seus compatriotas a se somarem a este movimento religioso.
O pastafarianismo, ou igreja do Monstro do Espaguete Voador, é uma religião satírica fundada em 2006 nos Estados Unidos, cujos fiéis utilizam um escorredor de macarrão na cabeça, adulam os piratas e pensam que o universo foi criado por um espaguete voador.
A igreja do Monstro do Espaguete Voador foi reconhecida oficialmente na Nova Zelândia em dezembro de 2015, o que implica a autorização para celebrar casamentos.
Karen Martyn foi ordenada "Ministeroni", ou seja, celebrante da igreja encarregada de realizar os matrimônios.
Martyn disse que a igreja do Monstro do Espaguete Voador oferece aos seus adeptos as mesmas oportunidades que as outras religiões e negou que seja uma religião satírica.
"Formamos uma comunidade. Compartilhamos valores e queremos pertencer a algo, é a natureza humana", disse Martyn à AFP.
A "ministeroni" reconheceu, no entanto, que o humor forma parte da igreja, que entre outras coisas sustenta que no paraíso existe um vulcão de cerveja e que no inferno a cerveja está quente e sem gás.
O Deus venerado pelos fiéis "tem um monte de membros em forma de espaguetes com duas almôndegas de carne e dois olhos", segundo o site da igreja.
"Acreditamos que devemos rir de nós mesmos e rir de todos", sustenta Martyn.
"Nada é sagrado. Não há dogma. Temos nossas crenças, mas reconhecemos que é possível duvidar de todas as crenças", acrescenta.
As massas são "o principal alimento santo" dos fiéis da igreja e o escorredor seu chapéu tradicional.
A igreja nasceu nos Estados Unidos para se opor à difusão nas escolas da hipótese do Design Inteligente, uma teoria impulsionada pelos religiosos e conservadores sob a presidência de George W. Bush, situada no mesmo plano que a teoria da evolução.
Desde então se desenvolveu e se implantou em diversos países.
Em dezembro, o diretor dos serviços de estado civil da Nova Zelândia, Jeff Montgomory, decidiu que esta igreja cumpria os requisitos legais para celebrar casamentos.