É possível que você já tenha ouvido falar que, há vários milhares de anos, existiam preguiças enormes na América do Sul, antigos ancestrais das graciosas preguicinhas atuais, que podiam pesar por volta de 4 toneladas e chegar a 4 metros de altura quando ficavam sobre as patas traseiras. Essas criaturas desapareceram mais ou menos 10 mil anos atrás, e, de acordo com estudiosos, uma das causas da extinção foi a expansão humana — e o fato de os nossos antepassados terem encontrado nas preguiças-gigantes (Megatherium) uma excelente fonte de alimento.
Carninha
Segundo Stephen Luntz, do site IFLScience, foram descobertas evidências que apoiam essa possibilidade. Um pesquisador encontrou o que parecem ser marcas de corte em ossos de preguiças-gigantes, assim como ferramentas feitas de quartzo e sílex, que possivelmente foram usadas pelos nossos ancestrais para remover a carne dos animais caçados.
Tanto os ossos como os utensílios foram encontrados em grande quantidade em uma região da Argentina chamada Campo Laborde, situada no nordeste do país, onde também foram descobertas ferramentas produzidas a partir de ossos de preguiça-gigante e fósseis de outros animais. Entretanto, com exceção dos ossos de preguiça, a grande maioria dos exemplares não mostrava sinais de ter sofrido manipulação humana.
Gustavo Politis, pesquisador da Universidade Nacional do Centro da Província de Buenos Aires, acredita que não é uma mera coincidência que os ossos e as ferramentas estivessem no mesmo local. O cientista defende que esses elementos são um forte indicativo de que as preguiças-gigantes podem ter sido caçadas até a sua extinção.
Politis também reexaminou os fósseis das preguiças e concluiu que esses gigantes desapareceram da face da Terra ao fim da última Era do Gelo, cerca de 2 mil anos após a chegada dos primeiros humanos à América do Sul. Isso só fortalece a teoria de que os nossos antecessores tiveram um papel importante na extinção das criaturas.