O mesmo homem foi identificado nas redes sociais como vítima de terrorismo em vários ocorridos recentes, incluindo a queda do avião da EgyptAir em maio, o massacre na boate Pulse em Orlando e, o mais recente, no ataque terrorista do aeroporto Atatürk, na Turquia. Sua imagem também é associada a outras tragédias, incluindo um caso no México em que a polícia disparou contra uma multidão que protestava por reformas na educação – mas, dessa vez, o homem não aparece como uma das vítimas, mas como o sujeito que mandou a polícia atirar. A confusão não ficou só nas redes sociais e a foto do homem chegou a ser incluída no vídeo do The New York Times que mostrava as vítimas do massacre de Orlando.
Após notar a reincidência da foto do mesmo homem em várias tragédias, uma investigação do portal France24 descobriu que o homem pode ser, na verdade, algum artista fraudulento e a “brincadeira” é uma forma de vingança de suas possíveis vítimas. Os donos dos perfis de rede social que faziam posts incluindo o homem nas vítima das tragédias alegaram à investigação que conheciam o homem e que ele os tinha extorquido quantias que variavam de pequenos valores até US $ 1 mil, cerca de R$ 3,3 mil. “Nosso objetivo é arruinar sua reputação”, disse um dos autores, “Queremos que o mundo inteiro reconheça o seu rosto.”
Procurado pela equipe de reportagem, o homem que aparece nas fotos preferiu não ter sua identidade revelada, mas admitiu estar envolvidos em processos legais. “Minha foto está em todo lugar por causa de alguém que começou a espalhar isso como um brincadeira, depois de uma disputa legal”. Atualmente vivendo no México, o homem disse ainda ter procurado a BBC e o The New York Times para pedir para que os jornais tirassem sua foto da lista de vítimas, mas nunca foi respondido.