Lidar com o falecimento de um ente querido nunca é uma tarefa fácil — especialmente se a pessoa em questão for o seu irmão. E foi nessa situação que Hilton Patton, um jovem morador da cidade de Edmond, em Alberta (Canadá), se viu recentemente, depois que seu irmão mais novo, Boston, acabou partindo em tenra idade. Procurando uma forma criativa e digna de homenagear seu familiar, Hilton decidiu iniciar um projeto bastante curioso e que vem chamando atenção na internet: ele montou uma verdadeira “selva” no interior de sua casa para abrigar o casal de bengals que pertenciam a Boston.
Bengals — também chamados de gatos-de-bengala aqui no Brasil —, caso você não saiba, são felinos de grande porte, com um visual que lembra muito o dos leopardos e uma personalidade um tanto selvagem, dificultando a tarefa de domesticá-los. Não é à toa que, em alguns países, é necessário ter uma licença especial para criá-los como animais de estimação. Porém, ao mesmo tempo, são criaturas que não gostam de ser deixadas sozinhas e, uma vez que se apegam aos donos, dificilmente o deixam na mão.
A dupla em questão é formada por Nala, que já tem cerca de 5 anos, e Benji, que possui aproximadamente 3 anos. De acordo com Hilton, embora Nala sempre tenha sido uma gata mais sociável e de fácil convivência com outros humanos, Benji sempre só se deu bem com Boston. “Ele nunca deixou outra pessoa domesticá-lo. Mas ele seguia Boston, pulava nele, dormia com ele, faziam de tudo. Apenas nesses últimos tempos Benji começou a se sentir confortável em brincar comigo e com a Nala”, afirma o canadense.
Um lar para os abandonados
Doar os gatos, obviamente, não era uma opção. “Eu sabia que ele [Boston] jamais iria querer que Benji e Nala se separassem, pois inclusive deixou isso bem específico para mim. E eu sabia que ele não iria querer que eles fossem morar com alguém em quem não confiássemos ou que não conhecêssemos completamente”, explica Hilton. “Sinceramente, eu mal posso explicar o que pensei ao longo do processo, porque eu estava imerso em dor. Nada mais me importava além de fazer algo por ele. Dinheiro não importava, meu emprego não importava, nada importava”, confessa.
“Emocionalmente, o processo de construção [da selva] foi útil naquele momento, pois eu estava em uma situação totalmente obscura, e aquilo era algo em que eu poderia depositar todas as minhas energias. Todo o meu dinheiro, todo o meu tempo, tudo foi para aquilo. Falando a verdade, eu ainda estou mergulhado na escuridão e não sei se um dia conseguirei sair dela, mas estar perto dos gatos e vê-los todos os dias me ajuda”, completa Hilton.
Embora o canadense não tivesse muitas habilidades manuais, ele contou com a ajuda dos amigos para criar um ambiente realmente caprichado para os bengals. São dois cômodos com carpetes que simulam grama, fontes de água, plantas naturais, climatizadores, uma iluminação especial e muitos brinquedos para os felinos se divertirem — além da imagem de Boston em luzes LED.