Homem trans revela: “amamentar não afetou minha masculinidade”

Evan Hempel sempre sonhou em ser pai

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A história da gravidez de Evan Hempel, um homem trans de 35 anos, morador de Boston, foi contada pela sua irmã na revista Time, a revista fala sobre os desafios e novidades que rondam a “nova família americana”. No texto, Jessi Hempel revela que o irmão – designada mulher ao nascer, mas que se identifica com o gênero masculino – sempre quis ser pai.

Quando criança, Evan gostava de brincar de boneca e tinha em sua agenda nomes que gostaria de dar aos possíveis filhos: Kaya, Eleanor e Huxley. Aos 19 anos, ele revelou aos amigos que era um homem trans, mudou o nome e começou a tomar hormônios masculinos. A transformação, contudo, não abalou seu desejo de um dia ser pai.

Evan precisou usar o esperma de um doador para fazer a inseminação artificial, pois sua parceira é uma mulher. A primeira tentativa de engravidar foi há cinco anos, e não deu certo. Ele fez uma pausa e tentou novamente há três anos. Como tinha baixos níveis de progesterona – hormônio que ajuda a manter a gravidez saudável – Evan interrompeu a hormonioterapia com testosterona e iniciou o novo tratamento.

Evan trabalhou todos os dias da semana durante o primeiro trimestre da gravidez e não comunicou a ninguém que estava grávido. Porém, não importava onde estivesse, seu corpo adormecia às 20h30. Até que, em novembro, seu supervisor perguntou porque ele estava “relaxando” e Evan teve que dizer que era um homem trans que estava grávido.

Ele preferiu não falar para muitas pessoas: “Ele não precisava, pois nunca parecia grávido. Era um cara com barriga de cerveja. Usava camisas largas para trabalhar, às vezes com coletes. Quando suas calças pararam de abotoar, ele usou mais baixas e aderiu aos suspensórios”, contou a irmã.

Logo depois de vomitar, Evan conversou com a mulher do RH. Ele disse que gostaria de compartilhar algumas informações pessoais e comunicou que era um homem trans. Ela quis saber o motivo da conversa e Evan disse: “Bem, estou grávido”. A mulher esboçou um sorriso e respondeu: “Isso é inesperado, mas ótimo”.

Após o parto, Jessi questionou o irmão se ele não havia mudado a forma como pensava sobre o próprio gênero, se o discurso de que “é homem preso no corpo de uma garota” ainda fazia sentido para ele. “Meus amigos não costumam falar isso. Eu sempre fui Evan, sempre tive essas partes, eu sempre me senti como eu, e eu sou um cara”, respondeu.

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