Parece ficção científica, mas é um plano concreto: um elevador que leva pessoas até o espaço. O projeto vem do Japão, que quer ser o primeiro país do mundo a transportar viajantes dessa maneira.
A ideia é construir um elevador capaz de transportar até 30 indivíduos dentro de uma espécie de contêiner em formato oval que se moverá a 200 km/h em trajeto de oito dias. Um motor elétrico impulsionaria a cabine através do cabo, que teria um comprimento total de 96 mil km.
Para tanto, o país deve lançar um teste, o primeiro do tipo no espaço. Um foguete com um mini-elevador de 10 cm será lançado da ilha japonesa de Tanegashima e, quando chegar ao espaço, viajará por um cabo de 10 metros suspenso entre dois mini satélites.
O teste estava previsto para dia 10 de setembro, mas a previsão de chegada do tufão Jebi atrasou seu lançamento.
Os responsáveis pelo projeto, que pretende chegar até a Estação Espacial Internacional, a 400 km de altura, são uma equipe de especialistas da faculdade de Engenharia da Universidade Shizuoka. No teste, uma câmera acoplada à estrutura registrará cada um dos movimentos.
Mas essa ideia não é nova. Cientistas sonham com ela há décadas. Em 1895, o físico russo Konstantin Tsiolkovsky ficou deslumbrado com a Torre Eiffel, em Paris. E pensou que poderia usar uma estrutura similar para lançar corpos ao espaço.
A ideia era usar a força centrífuga da rotação do planeta, como se fosse uma corda amarrada a uma bola de futebol que gira, para impulsionar a estrutura.
Mas como concretizar essa ideia?
Os cientistas japoneses confiam em seu sistema, desenvolvido pela empresa Obayashi Corporation com custos de quase US$ 9 milhões (cerca de R$ 38 milhões).
"Nossos especialistas em construção, clima, dinâmica do vento e design dizem que é possível", disse um porta-voz da empresa quando o projeto estava em sua fase inicial.
Espera-se que ele esteja pronto para ser lançado até o ano 2050.
"Em teoria, um elevador espacial é altamente plausível. As viagens espaciais podem tornar-se algo popular no futuro", disse Yoji Ishikawa, que dirige a equipe de pesquisa.