A jovem que tem uma condição rara que fazia seus órgãos ficar fora do seu corpo finalmente passou uma cirurgia na Índia sendo salva pelos médicos.
Sauda Suleiman Amour, 19 anos, da Tanzânia, nasceu com uma condição abdominal rara e já havia pasado por outras duas cirurgias antes para tentar resolver o problemas, mas que não deram certo.
Segundo o portal Daily Mail, a jovem possuia uma doença rara que normalmente é realizada cirurgia apenas poucas horas após o nascimento, mas com Sauda foi diferente, ela passou por duas opoerações quando tinha cinco anos e os procedimentos apresentaram complicações e por isso a jovem teve que conviver com parte do fígado e do intestino fora do seu abdômen.
Por mais que o problema em si não fosse um risco para sua saúde, ela precisou tomar muito cuidado com todas as atividades ao longo dos anos. Isso porque a condição deixava seus órgãos muito vulneráveis a impactos físicos e também a infecções na área.
Além disso, a condição era visível e fez com que Amour recebesse muitos comentários maldosos e sofresse com bullying nos anos escolares. Seus colegas de classe diziam que ela parecia estar grávida e, por causa da falta de sensibilidade das crianças, ela temia que seu fígado e parte do abdômen fossem chutados.
Ajuda para solucionar a condição dos órgãos para fora do corpo
Muitos anos depois, ela decidiu buscar ajuda médica fora do seu país e viajou para Chennai, na Índia, onde passou a ser atendida no Hospital do Instituto de Ciências Médicas do local. “A garota não podia ir ao colégio ou brincar com outras crianças porque a estrutura, com o tamanho de uma bola de futebol, estava para fora do seu abdômen”, explicou Radhakrishna Patta, diretor e consultor sênior do hospital.
“Ela tinha que proteger os órgãos o tempo todo, já que qualquer pequena lesão poderia ser fatal”, continuou. E ainda descreveu que ele e sua equipe ficaram chocados ao ver que todo o fígado da jovem estava exteriorizado, coberto apenas por uma fina camada de pele danificada.
Patta explicou o procedimento em detalhes e disse que o trabalho dos cirurgiões era colocar o fígado e o intestino para dentro do corpo sem que nada fosse prejudicado. O que não foi nada simples, já que o espaço designado para as estruturas não estava definido dentro da cavidade abdominal.
“Para que o procedimento acontecesse com sucesso, precisávamos criar esse espaço adequado e, para isso, induzimos um pneumoperitônio pré-operatório, que injetava gás no local indicado em um período de duas semanas”, detalhou o médico.
Quando seu corpo estava pronto para a cirurgia, ela foi realizada de maneira cuidadosa e terminou bem-sucedida. Amour passou por uma recuperação complicada, cheia de detalhes rígidos a serem cumpridos, como a dieta de líquidos a qual foi submetida durante um longo tempo. Agora, ela já retornou para a Tanzânia e passa bem.
O que é a onfalocele gigante
A condição da jovem é chamada de onfalocele gigante, e considerada rara, afetando apenas um em cada 5,4 mil bebês nascidos nos Estados Unidos todos os anos. A doença consiste em uma falha de desenvolvimento durante a gestão, na qual os intestinos, fígado e outras partes do corpo podem crescer de maneira anormal, em um tecido independente e transparente, para fora do abdômen.
Isso pode acontecer de maneira natural nas primeiras semanas da gravidez, entretanto, os órgãos devem voltar para dentro do corpo até a décima primeira semana de gestação. Quando isso não acontece, temos uma onfacole gigante.