O que dizer de pessoas que perdem tudo mais de uma vez? Na primeira vez em que perdeu tudo, Wilson Justino tinha 18 anos, mas ele começou a trabalhar muito antes disso, aos 12 anos de idade, como menor ajudante. Ele tinha uma pequena fábrica de joias, em São Paulo, quando foi assaltado. Os bandidos levaram o equivalente a R$ 1 milhão em valores de hoje. Justino teve de fechar a loja, para cobrir o rombo.
Este não foi o último percalço na vida profissional de Justino. Para se recuperar, Justino foi trabalhar em uma área completamente nova: a informática. Ele era vendedor de cursos em uma escola, e um belo dia pediu ao dono se não poderia abrir uma filial. A primeira filial que ele abriu ficava em Poços de Caldas, em Minas Gerais. Em poucos anos, tinha mais de 10. Aí veio o Plano Bresser. E ele perdeu tudo de novo.
E eis que chegou o Plano Collor e Justino ficou sem dinheiro, de novo. “Pensei: vou desistir, acabar com isso. O que eu faço?! Mas aí vi que não tinha jeito, era o que eu gostava de fazer. Resolvi vender as coisas, salvar o que tinha para salvar, e ir à luta”. Em 1995, Wilson Justino criava uma nova marca. O Cebrac nasceu da seguinte sacada: o ensino da informática está saturado, é hora de ofertar cursos profissionalizantes com aulas de contabilidade e secretariado. Será que ele vai quebrar de novo? Tomara que não!