Médica de Brasília cerca casa com seringas contaminadas com o vírus HIV

Dezenas de seringas foram pregadas com fita crepe.

Dezenas de seringas foram pregadas com fita crepe. | Divulgação
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Moradores de um condomínio de Sobradinho, no Distrito Federal, estão chocados com a atitude de uma vizinha. Uma médica colocou seringas no muro de casa para aumentar a segurança. E o mais inusitado. Segundo ela, as agulhas estão contaminadas com o vírus da Aids.

Dezenas de seringas foram pregadas com fita crepe. O cartaz anuncia: Muro com HIV positivo. Não pule!

A médica não quis ser identificada e disse que tomou a atitude porque está cansada de roubos.

- A primeira vez foi o cortador de grama, secador de cabelos, máquina fotográfica. A última vez foi a televisão.

Ela admite que pegou o material onde trabalha.

- Sou médica e consegui isso no hospital. Elas estão contaminadas - diz.

Os vizinhos não querem mostrar o rosto e dizem estar indignados com a atitude da médica.

- Isso é inadmissível até porque pagamos condomínio e é o condomínio que precisa cuidar da nossa segurança.

Uma outra moradora diz que ligou para a Secretaria de Saúde para denunciar a médica. Segundo ela, nada foi feito:

- Eu achei muito ofensivo. Um portador de Aids passar e ver uma coisa deles, imagina como ele se sentiria.

A síndica do condomínio, Vera Barbieri, diz que notificou a médica. Ela terá cinco dias para retirar o material. Caso contrário, será multada.

Polícia Civil e Vigilância Sanitária foram procuradas, mas teriam dito para a síndica que não poderiam fazer nada.

- A Polícia Civil disse que ela estaria fazendo isso dentro de casa e aí não seria crime e a Vigilância afirmou que precisaria notificar o condomínio e não o condômino - disse Vera.

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O Conselho Regional de Medicina (CRM) diz que ainda não recebeu denúncia do caso, mas condenou a atitude da médica.

- Sempre tem um risco na agulha. Mesmo que não tenha HIV, há risco de ferimento e infecção - afirmou Farid Buitrago, secretário do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal.

Procurada, a assessoria da Secretaria de Saúde do Distrito Federal confirmou que a médica trabalha como ortopedista no Hospital Regional do Paranoá e afirmou que irá investigar o caso.

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