Já imaginou não precisar guardar mais nenhuma senha de cabeça? Pois é, isso já é possível com a implantação de um chip dentro do próprio corpo que armazena dados sigilosos e outras informações. E um mineiro foi o primeiro a testar a nova tecnologia aqui no Brasil.
Raphael Bastos, de 28 anos, implantou um chip em uma das mãos no ano passado e hoje desbloqueia seu celular ou entra em suas contas de e-mail ou redes sociais apenas utilizando um leitor de biochip (no caso do celular, esse leitor não é necessário já que os aparelhos mais modernos vêm com essa tecnologia). Ele pode até ser utilizado como forma de pagando em catracas de ônibus ou como forma de acesso a contas bancárias, mas isso ainda depende do desenvolvimento de sistemas por parte das empresas envolvidas.
— Em São Paulo, essa tecnologia já está disponível nos ônibus. Aqui na capital mineira, cabe à BHTrans criar um cadastro em seu site onde a pessoa cadastraria seu celular como forma de pagamento pelo transporte e, nesse caso, quem tem o chip conseguiria liberar a catraca apenas aproximando-o do leitor, como acontece com o cartão BHBus.
O consultor em tecnologia conta que a novidade é muito prática e não há contraindicações ao seu uso. O único risco é que o chip de aproximadamente dois milímetros e revestido de vidro, se quebre dentro da pele da pessoa. Mas, testes de segurança física realizados com a pressão de 50 kg sobre aves que tinham chips implantados revelaram que em nenhum dos casos o dispositivo se quebrou. Já em testes realizados diretamente sobre o chip, ele se quebrou com a pressão de 10 kg.
Outra vantagem destacada pelo ciborgue humano é que a utilização do biochip para desbloqueio de senhas inclui dez novos caracteres ao código e, o que dificulta ainda mais a invasão de contas pessoais e o vazamento de informações e aumenta a segurança do usuário. Além disso, o custo é relativamente baixo: a compra do dispositivo e sua instalação em um estúdio de tatuagem custaram em média R$ 600.
Bastos faz parte do hacker space Área 31, uma organização não-governamental que estuda novas tecnologias e, foi neste grupo que começou a realizar testes com biochips em 2013. Atualmente, ele possui dois chips implantados, sendo um em cada mão. Outras sete pessoas também já têm essa tecnologia no Estado, sendo seis em BH e uma em São João del-Rei, na região central do Estado.
Apesar de aparentemente seguro para uso e para armazenamento de informações pessoais, um site americano publicou uma reportagem recentemente informando que hackers teriam utilizado o chip para instalar programas espiões em celulares de algumas pessoas. E ainda não há regulamentação sobre o tema no Brasil.