‘Monalisa africana’ de 1,6 mi será exibida ao público pela 1ª vez

A Monalisa Africana é considerada uma representação de esperança.

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Após ser encontrada em um apartamento de Londres 40 anos depois ter sido tirada da Nigéria, a Monalisa Africana será exibida pela segunda vez na história em seu país de origem. Avaliada em mais de um milhão de reais, a pintura foi criada por Ben Enwonwu – considerado o artista mais importante da arte moderna nigeriana.

O quadro foi finalizado em 1974 e no ano seguinte exposto em uma feira de arte em Lagos, maior cidade e então capital da Nigéria. Pouco depois, a obra desapareceu, sendo encontrada 40 anos depois em um apartamento no norte da capital inglesa.

A pintura representa Tutu Ademiluyi, filha de um rei iorubá, que assumiu um status mítico na Nigéria. “É uma pintura lendária há 40 anos, todos continuam falando sobre ela, perguntando ‘onde está Tutu?’”, disse o escritor vencedor do prêmio Booker em reportagem publicada no Correio do Povo.

A Monalisa Africana é considerada uma representação de esperança e regeneração da Nigéria. Ela simboliza uma conexão com a ancestralidade. O poeta Ben Orki teve acesso à pintura na casa de leilões Bonham, em Londres, onde o trabalho foi vendido pela quantia milionária.

“Ele não estava apenas pintando a menina, ele estava pintando toda a tradição. É o símbolo do surgimento da fênix. Passei horas olhando para ela, compensando o tempo que não a tínhamos visto. Tem sido um trabalho de rumor, mas aqui ela está, cristalizada”, declarou.

Os donos deram a localização do quadro para Giles Peppiatt, diretor de Arte Moderna Africana da Bonham, assim que uma família londrina entrou em contato sabendo do potencial lucrativo de obras nigerianas.

Responsável pela criação de três quadros de Tutu, Ben Enwonwu morreu em 1994 e é considerado o pai do modernismo na Nigéria. A obra se transformou em referência cultural e de paz para os nigerianos ao final da guerra étnica de Biafra, na década de 1960.

A pintura foi mostrada pela última vez na embaixada italiana em Lagos, em 1975. Ela acabou adquirida por uma família de Londres, que permanece no anonimato, pouco depois.

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