Muitos acreditam que é possível beber a própria urina como medicamento. No entanto, é preciso bastante cuidado. A pergunta central é: seria a urina estéril?
Micróbios estão ao nosso redor, e por todo nosso corpo, sendo que nem mesmo a placenta, que envolve o feto durante toda a gestação, está livre deles. Esse convívio diário com colônias de bactérias, ou microbiomas, é necessário para que o corpo desenvolva defesas e se prepare para o mundo real.
Apesar disso, algumas pessoas, inclusive médicos, ainda afirmam que a urina é estéril, a não ser que você possua alguma infecção no trato urinário. Essa informação é antiga e vem da época em que bactérias no corpo humano eram sempre consideradas como algo ruim.
Hoje a ciência evoluiu, e médicos sabem que seria quase impossível não existir micróbios na urina, pois o nosso corpo possui uma infinidade deles, inclusive alguns de vital importância para o correto funcionamento de certas funções corporais. Na verdade, existem pesquisas indicando que a reposição da bactéria encontrada na vagina ajuda a prevenir, ou até tratar, casos de infecção urinária em mulheres, provando que os microbiomas são importantes para a saúde das pessoas.
A urina não é estéril, mas as bactérias existentes nela possuem um propósito. Então, já que as bactérias do próprio corpo fazem bem, podemos — ou devemos — beber a própria urina?
De modo geral, e pontualmente, não existem maiores problemas em beber sua própria urina. Se existissem problemas graves, não teríamos mais adeptos da urinoterapia para propagar os benefícios da sua fonte de saúde.
Em uma situação extrema, em que você não tenha acesso a nenhum tipo de bebida, é até aceitável ingerir xixi por um ou dois dias. O problema está na alta concentração de sódio, o que em longo prazo vai acabar sobrecarregando seus rins e tornando o problema de desidratação maior ainda.