Todos sabem que a qualidade dos espermatozoides vai decaindo com o passar da idade e dificilmente na terceira idade pode-se dizer que eles tem alto potencial de fecundar óvulos. Mas e se alguém falasse que este material, mesmo com 50 anos, ainda fosse capaz de fecundar normalmente um óvulo, o que você pensaria?
Um grupo de cientistas da Austrália assumiu o desafio de contrariar esse pensamento, mais importante, comprovar que ela está incorreta. Dessa forma, os pesquisadores se remeteram a um laboratório da Universidade de Sidney que havia coletado e congelado amostras de sêmem de quatro carneiros. Essas amostras, contudo, possuíam uma peculiaridade: sua coleta havia acontecido no ano de 1968.
Elas foram mantidas congeladas com nitrogênio líquido a uma temperatura de -196ºC durante 50 anos, até que os pesquisadores resolveram colocar sua capacidade de fecundação à prova. Para fazer a experiência, 56 ovelhas foram inseminadas artificialmente com essas amostras. O resultado foi chocante: a fecundação teve sucesso em 34 ovelhas.
Apesar do desfecho positivo, os cientistas decidiram fazer uma experiência mais atual para aumentar a confiabilidade da pesquisa. Assim, eles recolheram sêmen de 19 carneiros e congelaram por um mês. Após esse período, 1048 ovelhas foram inseminadas e 618 delas ficaram prenhas. Portanto, os espermas congelados por apenas 30 dias tiveram uma taxa de sucesso de 59%, enquanto que os espermas quinquenários obtiveram 61% de êxito.
A partir desses dados, os pesquisadores concluíram que os espermas coletados e reservados em baixas temperaturas não sofreram alterações em sua qualidade. Essa descoberta foi de extrema relevância para a Universidade de Sidney, que possui uma longa tradição de reprodução animal e para a comunidade acadêmica em geral.
A esquipe de pesquisadores destacou que essas novas informações não contribuem somente para o entendimento da reprodução de animais como ovelhas, mas também ajudam a compreender mais a fundo o funcionamento da reprodução humana.