Uma grande investigação europeia alerta sobre a necessidade de medidas urgentes para evitar a obesidade de mulheres em idade fértil. Os pesquisadores dizem que as crianças nascidas de mães com excesso de peso têm maior risco de problemas de saúde na vida adulta. E pedem que toda mulher grávida tenha acesso a nutricionistas e psicólogos para ajudar a proteger a saúde dos seus filhos.
Durante o projeto de três anos, diversos estudos foram consultados, um deles, envolvendo 13 mil indivíduos, revelou que bebês nascidos de mães acima do peso são mais vulneráveis a doenças cardíacas, derrames ou diabetes tipo 2.
Outra análise revelou que mulheres obesas tinham uma dieta rica em gordura saturada e pobre em vitaminas e minerais durante a gravidez, em comparação com mulheres magras. Em um trabalho anterior a este, que incluía estudos em animais, os pesquisadores descobriram que a placenta das fêmeas que privilegiavam uma alimentação rica em gordura oferecia menos proteção ao feto em relação ao cortisol, hormônio relacionado ao estresse — o bebê, neste caso, tendia a ser menor e a sofrer de distúrbios de humor na vida adulta.
— É preciso evitar a obesidade e o sobrepeso entre as jovens, que representam as futuras mães — disse a líder do projeto, Patricia Iozzo, do National Research Council em Pisa, na Itália.
Segundo ela, o fim da gravidez é particularmente importante, porque o metabolismo do bebê — incluindo a quantidade de gordura e açúcar no sangue — fica pior quando as mães engordam muito nesse período.
— Sob nenhuma circunstância a grávida deve parar de comer, mas deve se preocupar em ter uma dieta balanceada e ser fisicamente ativa — disse a pesquisadora.