Quem nunca sentiu uma dor ou incomodo e tomou um remédio sem prescrição médica? Ou que pediu um comprimido de um parente ou amigo porque está com os sintomas parecidos com o dele? A prática acontece com frequência, mas é preciso tomar muito cuidado com o uso de medicamentos sem orientação médica ou de um farmacêutico, pois a prática pode ser muito perigosa para saúde.
“A automedicação deve ser analisada sob duas perspectivas. A primeira envolve a autonomia do paciente em reconhecer uma condição de saúde que lhe cause incômodo, como por exemplo, uma dor de cabeça e azia, para que a partir disso possa escolher um tratamento para uma condição que podemos considerar como autolimitada”, explica o farmacêutico Diego Medeiros, coordenador e professor do núcleo de pós-graduação da Faculdade IDE.
“Por outro lado, esse próprio reconhecimento leva a uma utilização de medicamentos que por muitas vezes não são observadas questões referentes à dosagem e duração do tratamento, bem como situações inerentes ao armazenamento e a administração do produto farmacêutico”, alerta o docente sobre os riscos da prática mesmo tendo ciência do seu problema.
A automedicação pode agravar um estado clinico simples e trazer graves consequências. “Um claro exemplo é a utilização prolongada de algum medicamento para combater um sintoma, como uma dor de cabeça. Essa dor de cabeça pode ser um sinal que o corpo está emitindo de que algo não está bem e que precisa de uma análise mais detalhada, preferencialmente avaliada por um médico para diagnosticar a causa. Se o paciente fizer uso constante de um analgésico, estará melhorando a dor no momento, mas sob o risco de estar mascarando a causa”, atenta o especialista.
“Os medicamentos podem provocar eventos adversos que em muitos casos são indesejáveis e a utilização crônica de alguns fármacos por conta própria podem desenvolver situações clínicas que poderiam ter sido evitáveis. A utilização crônica de fármacos para combater ou prevenir dores no estômago, como o omeprazol, se utilizados por muito tempo podem levar o paciente a desenvolver anemia pela diminuição da absorção de ferro proveniente da alimentação”, exemplifica.