O clima é conhecido por causar transtornos à saúde. Pesquisas norte-americanas recentes revelaram que alterações de temperatura, em seus picos de calor e de frio - principalmente, as alternâncias bruscas - aumentam os riscos em alguns distúrbios, como o caso do acidente vascular cerebral (AVC). Com informações do Msn.
Dilatação das artérias
O calor intenso dos últimos períodos provoca a diminuição da pressão arterial, devido à dilatação das artérias. O sangue torna-se mais viscoso e com maior densidade de plaquetas - célula sanguínea responsável pela coagulação e envolvida nos processos de trombose onde se formam coágulos no interior das artérias, podendo obstruí-las e interromper o livre fluxo sanguíneo.
O neurologista Rubens José Gagliardi, vice-presidente da Academia Brasileira de Neurologia, membro do Departamento de Doenças Cerebrovasculares da instituição, orienta a evitar o consumo de carne vermelha e manter uma boa ingestão de líquidos, para uma correta hidratação nos períodos quentes. "Esse período do ano é fortemente marcado pela desidratação".
Ele indica aumentar a ingestão de água (também de outros líquidos, sem açúcar), investir em alimentação leve e se abrigar do sol. Desaconselha as bebidas alcoólicas, uma vez que elas contribuem com a desidratação.
"Indivíduos que fumam ou sofrem de elevadas taxas de colesterol devem ter atenção redobrada, pois apresentam maior chance de ser vítima de um acidente vascular cerebral", alerta.
O AVC (Acidente Vascular Cerebral) é caracterizado pela obstrução total ou rompimento dos vasos sanguíneos do sistema nervoso. Além de ser considerada a principal condição que deixa as pessoas incapacitadas em todo o mundo, é uma das maiores causas de mortes no Brasil e, dentre os pacientes que não morrem, 70% sofrem com sequelas do problema.
Existem dois tipos de AVC mais comuns, o isquêmico e o hemorrágico. O primeiro, também chamado de derrame, ocorre quando há uma obstrução arterial que impede a chegada de sangue e, portanto, oxigênio a diferentes regiões do cérebro, causando a morte dos neurônios.
Sintomas precoces de um AVC
Os dois tipos de AVC podem deixar sequelas e, por isso, prestar atenção aos sintomas da condição considerada silenciosa é de extrema importância. De acordo com Carlos Bosco Marx, neurologista do Hospital Sepaco, entre os sinais mais comuns e precoces de AVC estão:
Fraqueza ou formigamento na face
- Fraqueza ou formigamento no braço ou na perna e em um lado do corpo
- Confusão mental
- Alteração da fala ou compreensão da linguagem
- Alterações visuais (perda súbita/escurecimento visual)
- Alteração do equilíbrio
- Perda de coordenação motora
- Tonturas
Ao sentir qualquer um desses sintomas, o paciente deve anotar o horário em que começaram e procurar imediatamente ajuda médica, orienta o neurologista. Se houver rapidez no atendimento inicial, é possível utilizar um medicamento para dissolver o coágulo que obstrui a artéria cerebral causadora dos sinais, garantindo boa recuperação neurológica com baixo índice de sequelas.
Os fatores de risco que podem ser facilitadores para um AVC são doença vascular periférica, doenças cardíacas, tabagismo, hipertensão arterial, diabetes, sedentarismo, colesterol alto, uso de anticoncepcionais, álcool e drogas ilícitas. De acordo com o especialista, o controle desses fatores pode diminuir a probabilidade de uma pessoa ter um AVC e suas complicações.