Pai diz que vereador agiu de má-fé ao filmar sexo com filha adolescente

O pai da jovem revelou ainda que a filha está abalada e que não frequenta a escola há duas semanas

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O pai de uma das duas adolescentes, que aparecem em vídeos de sexo com o vereador de Apuí Jadson Martins de Oliveira, falou pela primeira vez sobre o caso. O homem, que tem 33 anos, disse que a filha está abalada, não sai do quarto de casa e não frequenta a escola há duas semanas. Para ele, o parlamentar agiu de má-fé ao registrar as imagens das relações sexuais com a jovem.

O vereador está preso desde quinta-feira (20), em Apuí, município a 435 km de distância de Manaus. Ao comparecer à delegacia do município para prestar depoimento, ele se manteve em silêncio e deverá se pronunciar somente em juízo, disse o advogado do parlamentar.

Na primeira quinzena deste mês, os vídeos com adolescentes de 15 e 16 anos, gravados pelo vereador Jadson Martins, foram divulgados em Apuí e, em poucos dias, as imagens tinham sido compartilhadas entre a população da cidade. As gravações mostram que as jovens pediram para que o parlamentar parasse de filmar, mas ele manteve a câmera ligada. Em determinado momento, o rosto do suspeito é filmado beijando uma das adolescentes. Os vídeos contêm, ainda, cenas de sexo explícito.

Para o pai de uma das vítimas, o vereador agiu de má-fé ao gravar as meninas durante relações sexuais. Segundo o pai, Jadson tinha ciência que estava cometendo um crime. "As próprias imagens mostram o momento que ela [filha] pede para não gravar e ele [vereador] continua filmando. Ele é um adulto e parlamentar, não podia fazer isso. A nossa revolta é de ele ter gravado, expondo a imagem das meninas. Esperamos o resultado final e que a Justiça faça justiça. Não é de hoje que isso acontece no município", revelou o pai da adolescente de 15 anos.

O pai da jovem revelou ainda que a filha está abalada e que não frequenta a escola há duas semanas. Ela deverá concluir o primeiro ano do ensino médio em uma unidade de ensino no estado de Rondônia. "Viajamos com ela para Porto Velho, ficamos lá por duas semanas. Porém, voltamos para Apuí para minha filha depor. Ela está abalada e não quer ficar na cidade. Ela fica trancada no quarto e não quer conversar conosco. Vou levá-la para morar com a avó. Ela está precisando de ajuda psicológica", informou.

Jadson de Oliveira foi preso, na tarde desta quinta-feira (20), ao comparecer à delegacia de Apuí para prestar depoimento. Durante o interrogatório, ele se manteve no direito de permanecer em silêncio e deverá se pronunciar somente em juízo, segundo o advogado dele. O vereador já havia sido afastado da Câmara Municipal de Apuí na segunda-feira (17), quando foi aberta Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigá-lo. O vereador também foi afastado do partido ao qual era filiado (PSB), na terça-feira (18).

Inquérito

O caso começou a ser investigado logo após familiares das vítimas formalizarem denúncia no dia 14 deste mês. A Polícia Civil já ouviu cinco pessoas, incluindo as duas adolescentes que aparecem nas imagens e outra jovem que procurou a polícia para relatar ter siso vítima do vereador. O delegado titular da delegacia de Apuí, Francisco Rocha, explicou que tem um prazo de dez dias para concluir o inquérito e encaminhá-lo à Justiça. "Temos até o final do mês, mas antes disso concluiremos porque falta apenas o relatório", informou o delegado. De acordo com o delegado, as adolescentes confirmaram, em depoimento, que são elas que aprecem nos vídeos e identidade do homem que grava as imagens. As jovens negaram ter recebido proposta de dinheiro ou vantagens. "Elas disseram que não foram coagidas ou ameaçadas", disse Francisco Rocha. O vereador deve responder pelo crime no Artigo 240 do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), que prevê pena para quem produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente. A Polícia Civil investiga também o responsável pela divulgação dos vídeos pornográficos. As investigações da polícia apontaram que as imagens foram divulgadas depois que o cartão de memória do aparelho de celular do vereador teria sido furtado. "Ele filmou e os vídeos vazaram após o cartão de memória ser subtraído", afirmou o delegado.

 

 





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